O dólar começou o dia em baixa nesta quinta-feira, influenciado pelos recentes dados sobre a atividade econômica divulgados pelo Banco Central.
O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) apresentou crescimento de 0,4% em agosto em comparação a julho, considerando as variações sazonais.
Na manhã desta quinta, a moeda dos Estados Unidos valia R$ 5,4452, uma queda de 0,31%. No dia anterior, o dólar fechou com uma leve queda de 0,14%, cotado a R$ 5,462, enquanto a Bolsa teve alta de 0,64%, atingindo 142.603 pontos.
O mercado está atento ao pronunciamento do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, na véspera. Ele ressaltou que as perspectivas para a inflação e o emprego permanecem estáveis desde a última reunião do Fed em setembro, quando houve redução das taxas de juros e previsão de mais dois cortes ainda este ano.
Powell também destacou que o mercado de trabalho apresenta sinais de enfraquecimento, com poucas demissões e contratações, além de uma percepção em queda tanto entre famílias quanto empresas sobre a disponibilidade e dificuldade em contratar.
Apesar desse cenário, a economia mostra-se mais resistente do que o esperado, o que faz com que as decisões sobre juros sejam tomadas a cada reunião, conforme explicou Powell.
Os comentários do presidente reforçam a ideia de que o Fed deve continuar reduzindo os juros nas próximas reuniões. A ferramenta CME Fed Watch aponta quase 100% de chance de um novo corte de 0,25 ponto percentual na próxima reunião, em outubro.
Enquanto isso, nos Estados Unidos, uma paralisação do governo federal tem atrasado a divulgação de dados oficiais importantes, como o relatório de empregos de setembro, o que dificulta a avaliação da situação econômica. Powell destacou que estão buscando informações alternativas, mas que os dados do governo são considerados o padrão ouro.
A taxa de juros americana influencia o mercado global, pois quando está alta, investidores preferem aplicar em renda fixa dos EUA, valorizando o dólar. Já quando os juros caem, os recursos se espalham para outros mercados, desvalorizando o dólar.
No Brasil, o diferencial de juros entre a taxa americana e a Selic favorece o ingresso de dólares por meio da estratégia de ‘carry trade’, que envolve tomar empréstimos onde os juros são baixos para investir em mercados com altos rendimentos, valorizando o real.
Nas relações internacionais, as tensões entre Estados Unidos e China continuam em foco. Recentemente, o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, acusou a China de prejudicar a economia global com restrições nas exportações de minerais preciosos.
A China implementou controles rigorosos nas exportações de terras raras, essenciais para várias indústrias, exigindo autorização para enviar esses produtos ao exterior, o que provocou resposta imediata do governo americano, que anunciou tarifas de 100% sobre produtos chineses a partir de novembro.
Em resposta, o Ministério do Comércio chinês afirmou estar aberto ao diálogo, mas reforçou que pode agir com firmeza caso os Estados Unidos mantenham as tarifas adicionais.
Este cenário reacende o risco de uma guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo, lembrando os episódios do início do ano, quando houve imposição de tarifas elevadas em ambos os países, que mais tarde foram reduzidas.
Nos últimos dias, houve uma moderação nos discursos, e Bessent declarou que o presidente Donald Trump está disposto a se encontrar com o presidente chinês Xi Jinping em reunião marcada para o final de outubro, visando reduzir as tensões.