SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O dólar abriu em baixa frente ao real nesta sexta-feira (20), em meio ao retorno dos investidores após feriado e à reação à elevação da taxa Selic pelo Banco Central para 15% ao ano. Além disso, as tensões no Oriente Médio continuam sendo um fator predominante.
Às 9h05, o dólar à vista caía 0,37%, sendo cotado a R$ 5,480. Na quarta-feira, a moeda fechou praticamente estável, enquanto a Bolsa apresentou leve queda. A última sessão foi marcada pela manutenção da taxa de juros nos Estados Unidos, decisão esperada pelo mercado, que aguardava também a definição da Selic no Brasil.
O Federal Reserve (Fed) manteve sua taxa de juros entre 4,25% e 4,50% pela quarta vez consecutiva. A decisão teve apoio total dos diretores e refletiu a expectativa geral. Em comunicado, o banco central americano destacou que as incertezas econômicas diminuíram, porém permanecem altas, reafirmando seu compromisso com a meta de inflação de 2% e o pleno emprego.
Donald Trump, presidente dos EUA, mantém uma postura pressionadora sobre o Fed, chegando a sugerir que poderia substituir Jerome Powell por ele mesmo, diante do trabalho considerado insatisfatório do atual presidente do banco.
Quanto às projeções do comitê do Fed, a maioria dos membros antecipa que as taxas de juros podem ser reduzidas até o fim de 2025, contudo alguns recomendam cautela e a observação de dados econômicos futuros para decisões futuras.
A escalada do conflito entre Israel e Irã agrava o cenário de insegurança no mercado. Na última semana, Israel lançou ataques contra o Irã, eliminando comandantes militares e cientistas nucleares. O país afirma controlar o espaço aéreo iraniano e planeja intensificar a ofensiva.
Este conflito preocupa os investidores por envolver uma região estratégica, rica em petróleo. A instabilidade no Estreito de Ormuz, importante rota para o óleo bruto, pode impactar diretamente os preços globais da commodity.
No Brasil, a decisão do Banco Central de aumentar a Selic para 15% também mereceu atenção, após um feriado que adiou a repercussão da medida. Economistas estavam divididos entre manter a taxa ou promover um aumento, o que acabou se confirmando na elevação do juro básico.
O consenso dentro do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central trouxe estabilidade após divergências vistas em votações anteriores, reforçando a credibilidade da instituição em manejar a política econômica do país.