Moeda americana bate máxima do mês de outubro, mas reduz valorização frente ao real ainda nos primeiros negócios
O dólar abriu em alta de 2% nesta segunda-feira, 31, chegando a ser negociado a R$ 5,40 — o maior patamar desde o fim de setembro. Mas o movimento, que tem como pano de fundo a vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na disputa pelo Planalto, perdeu força após as primeiras reações ao resultado da eleição. Nesta manhã, a alta é de 0,6%, em linha com a valorização da moeda americana no exterior.
Entre moedas emergentes, a rúpia indiana e o rand sul-africano, considerados pares do real, chegam a se desvalorizar mais do que a moeda brasileira.
Além das primeiras reações à vitória petista, o pregão desta segunda ainda sofre a influência da “briga da Ptax” de fim de mês, em que comprados e vendidos em dólar tentam influenciar o preço do dólar que será referência para contratos de câmbio.
Com o resultado das eleições definido, investidores aguardam por mais detalhes da política econômica do novo governo. A grande expectativa é quanto ao que será proposto para substituir o teto de gastos e quem será escolhido para orquestrar a ministério da Economia.
“Os investidores estarão atentos para saber quem serão os membros do gabinete de Lula, principalmente o ministro da Fazenda, além de mais detalhes sobre sua agenda fiscal”, afirmou a Julius Bear em relatório.
O presidente Jair Bolsonaro, que não conseguiu ser reeleito, ainda não falou publicamente sobre o resultado das eleições até esta manhã.
“Como o atual presidente Bolsonaro ainda não reconheceu oficialmente sua derrota no momento, o resultado eleitoral apertado representa o risco de uma transição acidentada, com potencial agitação social e chamadas de fraude eleitoral que podem levar a uma forte liquidação”, disse a Julius Bear.