O Ministério da Saúde anunciou na última segunda-feira (22/7) que está investigando dois possíveis casos de sarampo no município de Campos Lindos, Tocantins. Os pacientes apresentaram sintomas semelhantes aos do sarampo e relataram contato com pessoas que estiveram recentemente na Bolívia, país atualmente enfrentando um surto da doença.
Uma equipe técnica foi enviada no dia 21 para monitorar a situação e fortalecer a vacinação nas áreas próximas à cidade, com o intuito de evitar surtos localizados. Amostras clínicas dos dois pacientes principais foram coletadas e agora aguardam resultados laboratoriais para confirmar ou descartar a presença do vírus. Se confirmados, serão adotadas medidas de controle apropriadas.
Surto em países vizinhos exige ação rápida
Apesar de o Brasil ter retomado seu certificado internacional de país livre do sarampo, em 2025 foram registrados cinco casos da doença em diferentes estados: Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul e Distrito Federal. Todos esses casos foram isolados e esporádicos.
Entretanto, a suspeita de dois casos na mesma cidade acende um alerta para o risco de reintrodução do vírus no país, especialmente considerando o aumento de casos em nações vizinhas.
O que é o sarampo?
O sarampo retornou ao Brasil após sua eliminação em 2016, principalmente devido à queda na cobertura vacinal. No começo de 2025, o país voltou a ser considerado livre da doença. O vírus é altamente contagioso, podendo sobreviver no ar por até 24 horas, e é muito mais transmissível que vírus da gripe ou da Covid-19.
As complicações podem ser graves, como pneumonia e encefalite, especialmente em crianças menores de 5 anos, podendo ser fatal. A vacina tríplice viral, administrada em duas doses aos 12 e 15 meses de idade, é a principal forma de prevenção.
Vacinação e prevenção
Em situações de surtos, o Ministério da Saúde recomenda a aplicação de uma dose da vacina para crianças a partir dos 6 meses, além da revacinação para adultos. Em 2025, mais de 10 mil doses foram enviadas ao Tocantins para reforçar a imunização.
A vacina utilizada protege também contra caxumba e rubéola, com a cobertura da segunda dose tendo voltado a ultrapassar 70% da população em 2023 após queda durante a pandemia.
Risco e transmissão
O sarampo é transmitido pelo ar, através de tosse, espirros, fala ou respiração, podendo infectar até 90% das pessoas próximas que não estiverem imunes. Os sintomas incluem febre, manchas na pele, tosse, coriza e conjuntivite. Ambientes fechados e com aglomerações facilitam a propagação rápida do vírus.
Entre 2018 e 2022, quase 40 mil casos e 40 mortes foram confirmados no Brasil, levando à perda da certificação de país livre da doença. A retomada, anunciada em 2025, foi possível graças à reorganização das estratégias de vacinação e vigilância.