Dois jovens brasileiros e um sonho em comum: explorar as belezas e desafios da natureza. A publicitária Juliana Marins, de 26 anos, e o fotógrafo Edson Vandeira, de 36, tinham perfis diferentes, mas a mesma vontade de viver experiências intensas fora da rotina.
Tragicamente, seus caminhos foram interrompidos. Juliana faleceu após despencar de uma altura de centenas de metros em uma trilha no vulcão Rinjani, na Indonésia. Já Edson desapareceu enquanto escalava uma montanha com mais de 6 mil metros no Peru, sendo encontrado morto mais de 20 dias depois.
Esses casos, próximos no tempo, mostram os perigos de aventuras em locais de difícil acesso, onde o socorro demora e a natureza impõe suas próprias regras.
Caso Juliana Marins e Edson Vandeira
Juliana Marins, 26 anos, escorregou durante a trilha no vulcão Rinjani, ilha de Lombok, Indonésia. Edson Vandeira, 36, estudante do Centro de Estudos de Alta Montanha, planejava chegar ao cume do Nevado Artesonraju, no Peru.
As buscas por Juliana duraram cinco dias, encontrando-a já sem vida no quarto do hospital regional em Bali. Edson ficou desaparecido por 20 dias. Estava previsto seu retorno para 1º de junho, mas o corpo foi localizado apenas em 22 de junho.
A queda no vulcão Rinjani
Juliana Marins estava em uma viagem pela Ásia, passando por Filipinas, Vietnã e Tailândia, curtindo o que chamou de sua melhor fase. Em 21 de junho, iniciou a subida do Rinjani com uma amiga. O caminho é popular, mas exige preparo físico e cuidado, pois várias mortes já ocorreram desde 2020.
Vídeos mostram Juliana sorridente pouco antes do acidente. Ela caiu de um penhasco de 300 metros, não falecendo imediatamente. Turistas viram movimentos no local e enviaram imagens à família, dando esperança.
A mobilização nas redes sociais foi enorme, com seguidores acompanhando a busca. A irmã Mariana Marins cobrou socorro e denunciou falhas das equipes locais, que não tinham equipamentos suficientes e foram impedidas de usar helicóptero devido ao mau tempo. O corpo foi encontrado quatro dias após a queda, a 650 metros do local, com múltiplas fraturas e hemorragia interna.
O silêncio no Nevado Artesonraju
Edson Vandeira, natural de Campo Grande, Mato Grosso do Sul, era montanhista experiente e fotógrafo reconhecido, com trabalhos exibidos em canais internacionais. Morava em Huaraz, ao pé da Cordilheira Blanca. Em 29 de maio, iniciou a escalada do Nevado Artesonraju com dois amigos peruanos, planejando retornar em 1º de junho.
Testemunhas viram luzes no topo na madrugada, mas a descida complicada, que envolve rapéis técnicos em paredões gelados, tornou-se fatal. Após silêncio, seu corpo foi localizado em 22 de junho e enterrado próximo à montanha. A expedição tinha caráter pessoal, sem apoio de agências, comum em treinamentos de guias.
A morte de Edson causou comoção entre colegas e na comunidade de fotografia de natureza. Ele liderava grupos em expedições nos Andes, Himalaia e Antártida.
Dicas para turismo de aventura seguro
- Escolha agências qualificadas, com guias preparados para lidar com emergências e técnicas específicas.
- Antes de contratar, informe-se sobre o percurso, grau de dificuldade, riscos e o que o serviço oferece.
- Utilize equipamentos adequados e em bom estado, fornecidos pela agência.
- Prefira grupos pequenos, que facilitam controle e atendimento.
- Considere acessibilidade para pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida.
- Planeje emergências, conhecendo rotas de fuga, meios de comunicação e unidades de saúde próximas.
- Respeite o meio ambiente, minimizando impactos durante a atividade.
Estas orientações são ainda mais cruciais em montanhismo e escalada, que exigem conhecimento técnico detalhado e checagem rigorosa dos equipamentos.
No fim, a aventura só vale a pena quando feita com segurança, pois o preparo pode ser a diferença entre uma experiência inesquecível e uma tragédia.