13.5 C
Brasília
terça-feira, 19/08/2025

Doenças comuns na gravidez e dicas para evitá-las

Brasília
céu limpo
13.5 ° C
13.5 °
13.5 °
67 %
1.5kmh
0 %
ter
28 °
qua
29 °
qui
29 °
sex
30 °
sáb
28 °

Em Brasília

O corpo da mulher passa por mudanças significativas durante a gestação. Neste período, ocorrem alterações hormonais, imunológicas e circulatórias intensas, que preparam o organismo para o desenvolvimento do bebê, garantindo proteção e crescimento adequado.

No entanto, essas adaptações podem sobrecarregar o corpo, ativar predisposições genéticas e até desencadear doenças específicas da gestação.

“Muitas mulheres iniciam a gravidez sem sintomas ou doenças detectadas, e é no pré-natal que essas condições são identificadas. O acompanhamento cuidadoso por uma equipe especializada permite o diagnóstico precoce, a prevenção de complicações e melhores resultados tanto para a mãe quanto para o bebê”, explica a ginecologista e obstetra Michelle Egidio, do Hospital Santa Lúcia, em Brasília.

Por que o pré-natal é essencial?

O pré-natal é o acompanhamento médico oferecido à mulher durante a gravidez, garantindo a saúde da mãe e do bebê. Ele previne, identifica e trata doenças que possam afetar ambos durante a gestação.

  • Realiza exames para monitorar o crescimento do feto e identificar possíveis problemas;
  • Oferece orientações sobre parto, cuidados com o recém-nascido e amamentação;
  • Reduz riscos e complicações na gravidez, parto e pós-parto;
  • Auxilia no bem-estar emocional da gestante, com apoio psicológico e dicas para hábitos saudáveis.

Principais doenças durante a gravidez

Diabetes gestacional

Caracteriza-se por níveis elevados de açúcar no sangue devido a alterações hormonais. Fatores como genética, obesidade, histórico familiar e baixa estatura influenciam seu desenvolvimento.

Síndromes hipertensivas na gestação

Condições caracterizadas pelo aumento da pressão arterial durante a gravidez, podendo causar sérios riscos à mãe e ao bebê. Entre elas estão hipertensão gestacional, pré-eclâmpsia, eclâmpsia e síndrome HELLP, com causas genéticas, imunológicas e vasculares.

Colestase intra-hepática

Distúrbio que prejudica a produção ou fluxo da bile no fígado, causando coceira intensa. Doenças genéticas e problemas hepáticos são fatores comuns.

Infecções urinárias recorrentes

Comuns devido a alterações hormonais e físicas que facilitam a proliferação de bactérias no trato urinário durante a gestação.

Anemia ferropriva

Decorrente da deficiência de ferro, essencial para transportar oxigênio no sangue da mãe e do feto. Pode trazer riscos para ambos se não tratada adequadamente.

Hipotireoidismo na gestação

Produção insuficiente de hormônios pela tireoide, fundamentais para o desenvolvimento do bebê e saúde da mãe.

Riscos para mãe e bebê

Sem diagnóstico e tratamento adequados, essas doenças podem causar problemas sérios. Ginecologista e obstetra Bárbara Freyre, da Clínica Trinitá, alerta que a hipertensão gestacional pode evoluir para complicações graves, incluindo restrição de crescimento fetal, descolamento prematuro de placenta e parto prematuro.

Diabetes gestacional pode resultar em bebê com peso elevado, dificultando o parto vaginal e aumentando risco de lesões e hipoglicemia neonatal. Algumas condições elevam o risco de óbito fetal, como trombofilias e colestase intra-hepática.

Prevenção e controle

O pré-natal realizado corretamente é a principal estratégia para prevenir complicações. Quanto mais cedo iniciar, maiores as chances de identificar fatores de risco.

  • Dieta equilibrada e suplementação adequada de ferro, cálcio e ácido fólico;
  • Exercícios físicos supervisionados;
  • Monitoramento do peso e da pressão arterial;
  • Rastreamento precoce de infecções e alterações hormonais.

Em casos com doenças anteriores, o acompanhamento precoce é essencial para ajuste do tratamento. Em doenças como colestase ou trombofilias, o monitoramento rigoroso permite intervenção rápida, destaca Bárbara.

O que acontece após o parto?

Doenças como diabetes e hipertensão gestacional geralmente desaparecem após o nascimento, mas aumentam o risco de condições crônicas futuras, como diabetes tipo 2 e hipertensão arterial. Outras, como trombofilias e hipertensão crônica, podem persistir e requerem acompanhamento contínuo.

Por isso, cuidar da saúde da mulher deve continuar além do pré-natal, incluindo o pós-parto.

Veja Também