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terça-feira, 26/08/2025

Doar leite materno é um gesto de amor

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Em Brasília

O Hospital Santa Lúcia, em Brasília, inaugurou em agosto de 2002 o primeiro Banco de Leite Humano da rede privada no Brasil. Esse serviço é essencial para mães que produzem mais leite do que seus bebês precisam e querem ajudar outras crianças que dependem desse alimento.

Mesmo sendo um hospital da rede privada, todos os procedimentos são gratuitos, desde o acolhimento das mães até o armazenamento, pasteurização e distribuição do leite. A equipe da Maternidade do Hospital Santa Lúcia entrega um kit de coleta (com máscara, gorro, etiquetas e pote esterilizado) que pode ser entregue na casa da mãe que deseja doar. Além disso, a equipe de saúde oferece todas as orientações necessárias para uma amamentação correta.

Toda mulher saudável, que tem leite em excesso e não esteja usando medicamentos, pode fazer a doação para o Banco de Leite Humano. O leite doado passa por pasteurização e testes de qualidade para garantir sua segurança, sendo destinado principalmente para bebês prematuros ou enfermos internados na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN).

O leite doado é utilizado especialmente para alimentar os bebês internados na UTIN do Grupo Santa, onde 90% das crianças contam com o apoio do Banco de Leite Humano. Esse banco é reconhecido pela Rede Ibero-Americana de Bancos de Leite Humano/Fiocruz e pelo Ministério da Saúde como padrão de qualidade ouro.

“O leite materno salva vidas e é vital para todos os bebês, especialmente para aqueles que não podem ser amamentados diretamente pelas mães. No Santa Lúcia, temos orgulho de manter o padrão ouro, cumprindo todos os requisitos da Rede BLH”, afirma Sheila Almeida, enfermeira supervisora do Banco de Leite Humano do hospital.

No Brasil, apenas 45,8% dos bebês até seis meses recebem exclusivamente leite materno, conforme o Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (ENANI). Embora essa taxa tenha melhorado ao longo dos anos, ainda está abaixo dos 50% recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

“Amamentar exclusivamente, ou seja, dar só leite materno nos primeiros seis meses sem oferecer outros alimentos ou líquidos, é fundamental para a saúde do bebê, fornecendo todos os nutrientes necessários e protegendo contra doenças”, explica a médica pediatra e neonatologista Sandra Lúcia Andrade, coordenadora da UTI Neonatal do Hospital Santa Lúcia.

Todas as formas de amamentação

Agosto é o mês dedicado ao aleitamento materno na campanha nacional “Agosto Dourado”. O leite materno pode diminuir em até 13% a mortalidade infantil por causas evitáveis, como diarreia e hipertensão. Sandra Lúcia Andrade ressalta a importância da amamentação para as crianças, famílias e saúde pública.

Ela destaca que o leite materno é um alimento completo e equilibrado, suprindo todas as necessidades dos bebês até os seis meses de idade. Contudo, reconhece que a amamentação pode envolver pressões e que cada caso precisa ser avaliado com atenção, respeitando as necessidades da mãe e da criança.

“Existem diferentes situações que precisam ser respeitadas. Alguns casos clínicos e sociais impedem a amamentação tradicional e isso não significa menor amor ou cuidado aos bebês”, comenta a coordenadora da UTI Neonatal.

O vínculo entre mãe e bebê se cria no dia a dia, independentemente do modo de alimentar. “Amamentar no peito com sofrimento, sem carinho, não cria vínculo. Mas dar o leite na mamadeira, estando presente, olhando nos olhos, cantando para o bebê, constrói um vínculo forte e um laço emocional”, completa a pediatra.

Mitos e verdades sobre o aleitamento materno

  • O leite industrializado é igual ao leite materno?
    Não. O leite materno é único, e o colostro, produzido na primeira mamada, pode ser considerado a primeira vacina do bebê.
  • O leite materno pode ser congelado?
    Sim, pode ser congelado por até 15 dias sem perder suas propriedades nutricionais.
  • A alimentação da mãe influencia o leite materno?
    Sim, por isso a mãe deve manter uma alimentação saudável e evitar bebidas alcoólicas.
  • Compressa quente ajuda com o leite empedrado?
    Não. Compressa quente pode piorar o problema, pois aumenta o leite retido. O adequado é fazer massagem e extrair o leite, que pode ser doado ao Banco de Leite.

O Banco de Leite Humano do Hospital Santa Lúcia funciona diariamente das 07h às 19h. Para contato e doações, o telefone é (61) 3445-0319.

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