A Defesa Civil de Gaza anunciou que as forças israelenses foram responsáveis pela morte de 72 pessoas nesta quinta-feira (19), incluindo 21 indivíduos que buscavam ajuda humanitária na Faixa de Gaza, uma região atingida pela fome e por mais de 20 meses de conflito.
Seis vítimas faleceram enquanto aguardavam socorro próximo a Khan Yunis, no sul da região.
Quinze pessoas perderam a vida no corredor de Netzarim, localizado no centro do território, onde milhares se reúnem diariamente na esperança de receber alimentos, conforme informou à AFP um funcionário da Defesa Civil, Mahmud Basal.
De acordo com a mesma fonte, outras 51 pessoas morreram durante nove ataques israelenses distintos realizados nesta quinta-feira na Cidade de Gaza e no norte do território palestino.
O Exército israelense declarou à AFP que está verificando essas alegações.
Basam Abu Shaar, um palestino deslocado, relatou à AFP que milhares de pessoas se aglomeraram nas primeiras horas da manhã na expectativa de obter alimentos antes da abertura do centro da Fundação Humanitária de Gaza (GHF), apoiada pelos Estados Unidos e Israel.
“Por volta da 1h, os tiros começaram contra nós. Os disparos de tanques, ataques aéreos e bombas lançadas por drones aumentaram”, contou a testemunha por telefone à AFP.
Ele descreveu ter visto mortos e feridos caídos perto do centro da GHF, acrescentando que não foi possível ajudar ou fugir devido à multidão bloqueada.
As vítimas foram levadas aos hospitais Al Awda e Al Aqsa, localizados no norte e no centro da região, informou Mughayyir.
Nas últimas semanas, dezenas de palestinos morreram tentando acessar os pontos de distribuição de ajuda em Gaza, região que, segundo a ONU, está sob risco de fome.
As restrições impostas por Israel à imprensa e as dificuldades de acesso impedem a verificação independente dos relatos da Defesa Civil pela AFP.
Desde o início de março, Israel mantém um bloqueio humanitário sobre o território, gerando severa escassez de alimentos, remédios e outros itens essenciais.
A GHF, cuja fonte de financiamento não é totalmente transparente, iniciou a entrega de ajuda no fim de maio, mas os pontos de distribuição foram marcados por cenas caóticas e ataques fatais nas proximidades dos centros, onde as multidões aguardam as doações.