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domingo, 24/11/2024
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Disney processa governador da Flórida, a quem acusa de “retaliação” política

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DeSantis e a companhia entraram em rota de colisão no ano passado, quando a Disney criticou uma lei promovida pelo republicano

(AFP/AFP Photo)

A Disney abriu, nesta quarta-feira, 26, um processo contra o governador da Flórida, Ron DeSantis, e o acusou de “retaliação” política depois que uma junta designada por ele anulou acordos que davam ao gigante do entretenimento o controle sobre a expansão de seu parque de diversões no estado.

DeSantis e a companhia entraram em rota de colisão no ano passado, quando a Disney criticou uma lei promovida pelo republicano, que proíbe o ensino de assuntos relacionados à orientação sexual e à identidade de gênero em escolas fundamentais da Flórida.

Em represália a essas críticas, o governador designou, em fevereiro, uma junta para dirigir um distrito especial outorgado em 1960 à Disney, em seu parque de diversões de Orlando, que a companhia administrava como um governo local.

“Uma campanha seletiva de retaliação governamental — orquestrada, em cada passo, pelo governador DeSantis como punição ao discurso da Disney — ameaça agora as operações comerciais da Disney, põe em perigo seu futuro econômico na região e viola seus direitos constitucionais”, indicou a empresa em seu processo apresentado em um tribunal federal do norte da Flórida.

Mickey, Minnie e o rei Charles

A iniciativa da Disney, que emprega mais de 75 mil pessoas no estado, chega depois de a junta designada por DeSantis anular, na quarta-feira, acordos assinados pela empresa antes de ceder o controle do distrito especial.

O governador da Flórida, Ron DeSantis, ficou conhecido pela batalha cultural contra políticos, professores e empresas, como a Disney, aos quais acusa de impor uma ideologia progressista aos demais

Com essa jogada, a Disney assegurou não precisar da aprovação da junta para construir edifícios no distrito ou ceder direitos de superfície, além de proibir o uso do nome da empresa ou de seus personagens pelos novos gestores.

Os documentos incluíam uma cláusula que garantia sua validade até “21 anos depois da morte do último sobrevivente dos descendentes do rei Charles III” da Inglaterra. DeSantis, cuja candidatura à Casa Branca parece iminente, havia prometido invalidar estes acordos e ameaçado aumentar os impostos da companhia ou impor-lhe inspeções de segurança.

A nova estrela em ascensão da direita americana, de 44 anos, ficou conhecida por suas batalhas culturais contra políticos, professores e empresas como a Disney, aos quais acusa de impor uma ideologia progressista aos demais.

Em sua ação, a empresa solicita que sejam tornadas ilegais leis que retiraram dela o controle do distrito especial, alegando que “foram promulgadas em represália ao discurso político da Disney em violação à Primeira Emenda”, que protege a liberdade de expressão.

“Não resta outra alternativa à empresa do que apresentar esta ação para proteger seus membros, os clientes e os parceiros locais de uma campanha implacável para usar o poder do governo como arma contra a Disney”, afirmou a companhia no documento judicial.

“Nos Estados Unidos, o governo não pode te punir por você dizer o que pensa”, acrescentou.

A Disney anunciou planos de investir mais de US$ 17 bilhões (cerca de R$ 86 bilhões na cotação atual) na Disney World na próxima década, uma medida que, segundo suas previsões, criará mais de 10 mil novos postos de trabalho e vai atrair ainda mais turistas para a Flórida.

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