A Comissão da Amazônia e dos Povos Originários e Tradicionais promoveu um seminário para celebrar o Dia Nacional do Cerrado, abordando os impactos do desmatamento e valorizando os povos indígenas e quilombolas. O evento contou com a participação de centenas de pessoas em múltiplos espaços de debate.
O Cerrado é fundamental para o abastecimento hídrico do Brasil, sendo a origem de oito das doze principais bacias hidrográficas nacionais. Porém, essa riqueza natural tem sido negligenciada. Ingrid Martins Silveira, secretária-executiva da Rede Cerrado, destacou que mais da metade da vegetação nativa já foi destruída, o que compromete a disponibilidade de água e afeta a produção de alimentos, assim como a vida das comunidades tradicionais da região.
Dandara, deputada responsável pela realização do seminário, ressaltou que o Cerrado abriga 5% da biodiversidade mundial e é o bioma mais desmatado recentemente. Dados mostram que, apesar da redução do desmatamento em todos os biomas em 2024, o Cerrado perdeu mais de 650 mil hectares, mantendo-se o ecossistema mais afetado. Ela pediu políticas públicas eficientes que garantam proteção ambiental aliada ao desenvolvimento econômico e justiça social.
Entre as propostas, está a Emenda Constitucional 504/10, que visa reconhecer o Cerrado e a Caatinga como patrimônios nacionais, assegurando seu uso sustentável, assim como acontece com a Amazônia, Mata Atlântica, Pantanal, Serra do Mar e zonas costeiras. Também foi destacado o Projeto de Lei 1634/24, que pretende formar uma Brigada de Mobilização Nacional com bombeiros de todo o país para prevenção e combate a desastres naturais. O projeto aguarda análise na Comissão de Segurança Pública da Câmara.