NICOLA PAMPLONA
FOLHAPRESS
O governo do Rio de Janeiro demitiu o diretor interino de Investimentos do Rioprevidência, Pedro Pinheiro Guerra Leal, que fazia parte do comitê que aprovou os investimentos do fundo de pensão dos servidores públicos aposentados no Banco Master.
A demissão foi publicada no Diário Oficial do Estado na quarta-feira (3). Os investimentos feitos no Banco Master foram questionados pelo Tribunal de Contas do Estado e estão sob investigação do Ministério da Previdência.
O fundo de pensão, que administra a aposentadoria de 235 mil servidores, aplicou R$ 960 milhões em títulos financeiros emitidos pelo banco de Daniel Vorcaro, sem a garantia do Fundo Garantidor de Crédito (FGC). Além disso, o fundo mantinha outros investimentos geridos pelo Banco Master.
O diretor demitido não respondeu aos contatos até a publicação deste artigo.
O Rioprevidência declarou que as aplicações foram feitas entre outubro de 2023 e agosto de 2024, período em que o Banco Master possuía autorização para funcionar emitida pelo Banco Central, registro ativo junto ao Ministério da Previdência Social e nota de crédito considerada segura.
Em novembro, o banco foi fechado e seu proprietário foi preso em uma operação da Polícia Federal que investiga crimes financeiros. Ele foi detido enquanto se preparava para viajar ao Oriente Médio.
Na última sexta-feira, a desembargadora Solange Salgado, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, ordenou a libertação de Daniel Vorcaro e dos demais investigados na operação.
O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro recomendou a exoneração dos executivos do Rioprevidência ligados às operações com o Banco Master no final de novembro. Essa medida visa proteger o patrimônio previdenciário do estado e recuperar possíveis prejuízos causados pela liquidação do banco.
Além disso, o Ministério Público solicitou a abertura de processo administrativo para investigar a conduta dos gestores, consultores e membros do comitê que aprovaram ou mantiveram os investimentos.

