O diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues, afirmou nesta terça-feira (9/9) que a instituição não se intimida diante das investidas contra ela. Ele reafirmou a independência da PF na execução das funções previstas na Constituição Federal.
O pronunciamento foi feito durante a inauguração do Centro de Cooperação Policial Internacional da Amazônia (CCPI Amazônia), em Manaus, capital do Amazonas.
“Estamos enfrentando momentos difíceis, mas ressalto novamente que a Polícia Federal manterá sua missão constitucional de forma inabalável e não se deixará abater por ataques mesquinhos e covardes. Não há espaço para omissão ou covardia entre os policiais federais. Quanto mais alguns agitadores tentam nos amedrontar, mais motivação damos para continuar firmes na defesa do país”, destacou Andrei Rodrigues.
A afirmação do diretor vem em meio ao aumento das críticas do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), contra a Polícia Federal. Em julho, o deputado criticou duramente delegados da PF, chegando a chamar um deles de “cachorrinho”.
“Se eu descobrir quem você é, vou agir. Fica aí, colega da Polícia Federal. Cachorrinho da Polícia Federal que está me observando. Quero saber quem você é, irmão. Se eu descobrir, vou agir”, declarou Eduardo Bolsonaro na ocasião.
Em agosto, a Polícia Federal indiciou Jair e Eduardo Bolsonaro pelos crimes de coação no curso do processo e tentativa de enfraquecimento do Estado Democrático de Direito. Essa decisão veio após a conclusão de uma investigação sobre as ações de Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos, onde ele buscava apoiar medidas contra o Brasil e ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
Eduardo Bolsonaro está residindo nos Estados Unidos desde março, quando se afastou do cargo de deputado federal para perseguir sanções contra entidades que ele considera “violadoras dos direitos humanos” no Brasil.
Publicação “Japonês da Federal”
Andrei Rodrigues ressaltou que a PF mudou sua postura institucional, deixando de colocar seus policiais como protagonistas em investigações, diferente do passado.
“Desafio a todos aqui a citarem o nome de um policial federal que esteja em evidência, um ‘japonês da Federal’ ou um hipster da Federal. O período de entrevistas grandiosas, pré-julgamentos de investigados, imprensa acampada nas casas de alvos de operações e a criação de lendas acabou”, afirmou.
O apelido “japonês da Federal” refere-se a Newton Ishii, um policial federal conhecido nacionalmente por conduzir figuras públicas em diversas operações da Lava Jato, entre 2014 e 2017.
Em 2020, Newton Ishii e outras 23 pessoas foram condenadas por facilitarem contrabando na fronteira entre Brasil e Paraguai.