ARTHUR GUIMARÃES DE OLIVEIRA
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)
Líderes e políticos ligados à direita manifestaram apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro nas redes sociais nesta sexta-feira (18), depois que a Polícia Federal realizou uma operação que resultou na determinação da Justiça para que ele use tornozeleira eletrônica.
No Supremo Tribunal Federal (STF), Bolsonaro é réu em um processo que investiga uma suposta trama golpista em 2022 e está sob outras investigações. A operação incluiu buscas em sua residência e na sede do seu partido, o PL.
Eduardo Bolsonaro, deputado licenciado e filho do ex-presidente, afirmou em suas redes sociais, em inglês, que o ministro do STF, Alexandre de Moraes, aumentou a pressão contra seu pai.
Segundo Eduardo, “Alexandre de Moraes dobrou a aposta e, depois do vídeo de Bolsonaro para Donald Trump ontem, ordenou hoje que Bolsonaro use tornozeleira eletrônica, permaneça em casa das 19h às 7h, não use redes sociais, não se comunique com embaixadores e diplomatas estrangeiros, não se aproxime de embaixadas e não fale com outras pessoas sob investigação (incluindo eu e meu irmão Carlos)”.
O senador Flávio Bolsonaro, também filho do ex-presidente, afirmou que a medida é uma humilhação proposital que causará marcas, mas as cicatrizes serão motivação para continuar lutando por um Brasil livre de tiranos.
“Proibir que o pai fale com o filho mostra o ódio profundo que Alexandre de Moraes tem, tomando medidas desnecessárias e covardes.” comentou ele, comparando a ação a uma inquisição pré-julgada.
Romeu Zema, governador de Minas Gerais e pré-candidato à presidência pelo partido Novo, chamou a ordem do STF de perseguição política contra Bolsonaro.
“Mais um ato absurdo de perseguição política ao ex-presidente. Censuraram suas redes, proibiram contato com a família e exigiram tornozeleira eletrônica. Isso tudo em um processo cheio de abusos e ilegalidades, algo incompatível com a democracia quando a Justiça é politizada”, declarou Zema.
Zema é aliado de Bolsonaro e participou recentemente de manifestações em apoio a ele em São Paulo, além de ter se encontrado com ele em Brasília.
Em comunicado oficial, o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, expressou surpresa e repulsa diante da ação da Polícia Federal, questionando a necessidade da medida, já que Bolsonaro sempre colaborou com as autoridades.
O PL considerou a decisão do STF desproporcional, especialmente porque o ex-presidente não resistiu às investigações. Reafirmaram a confiança em Bolsonaro e seu compromisso com a democracia e a verdade.