O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino, solicitou que a Controladoria-Geral da União (CGU) realize uma verificação detalhada sobre todos os recursos provenientes de emendas parlamentares repassados à Associação Moriá, referentes aos anos de 2022 a 2024.
Dino pediu que a análise dos fundos destinados por meio de acordos com o Ministério da Saúde seja tratada com prioridade. Essa decisão foi tomada no processo conhecido como Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 854, que examina a aplicação das emendas parlamentares.
Em uma reportagem recente, foi divulgado que parlamentares do Distrito Federal direcionaram R$ 53,3 milhões, em dois anos, para a Associação Moriá, que é administrada por um ex-cabo do Exército, um motorista e uma esteticista.
Do total, R$ 46 milhões foram aplicados em um programa voltado para crianças e adolescentes aprenderem a jogar jogos eletrônicos como Free Fire, Valorant, League of Legends, Teamfight Tactics e eFootball.
No mesmo período, cinco líderes da Associação Moriá e seis empresas contratadas pela organização, assim como seus proprietários, passaram a ser investigados pela Polícia Federal (PF) dentro do contexto da Operação Korban.
A investigação teve início após uma auditoria realizada pela CGU em contratos firmados entre a Associação Moriá e o Ministério do Esporte, referentes aos anos de 2023 e 2024.
Durante a análise, a CGU identificou possíveis irregularidades na execução desses contratos relacionados à organização das edições dos Jogos Estudantis Digitais (Jedis) no Distrito Federal e no Espírito Santo.
Foram constatadas suspeitas de favorecimento indevido na escolha das empresas subcontratadas, conluio entre as companhias envolvidas nas terceirizações dos eventos Jedis, além da contratação de empresas de fachada.