Vacinação foi interrompida para investigar casos de coagulação do sangue, mas agência diz que há “boas evidências de que a vacina é segura”
A agência nacional de saúde da Dinamarca anunciou nesta quinta-feira (11) que irá suspender temporariamente a campanha de vacinação da vacina contra a covid-19 da AstraZeneca com a Universidade de Oxford. O motivo seria por que algums dinamarqueses vacinados e desenvolveram coágulos sanguíneos, um dos quais teria morrido.
Ainda não há confirmação de que a vacina foi o motivo da coagulação nos pacientes, de acordo com a agência dinamarquesa. Porém, o órgão pediu para as autoridades regionais interromperem o uso da vacina da AstraZeneca momentaneamente.
“Estamos no meio do maior e mais importante lançamento de vacinação da história da Dinamarca”, disse Søren Brostrøm, diretor da agência. “Precisamente porque estamos vacinando tantas pessoas, também precisamos responder prontamente e com cuidado quando tivermos conhecimento de possíveis efeitos colaterais graves. Precisamos esclarecer isso antes de continuarmos usando a vacina AstraZeneca.”
Não há informação sobre quantos relatos de coágulos de sangue ocorreram, mas a Áustria parou de usar um lote específico de doses da vacina por conta de investigações sobre uma morte por distúrbios de coagulação e uma doença por embolia pulmonar.
A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) disse que não há evidências que ligue a vacina aos dois casos austríacos, mas seis outros países europeus, incluindo Estônia, Letônia, Luxemburgo e Lituânia, interromperam o uso de um lote por precaução.
Na Dinamarca, o uso da vacina foi suspendido por 14 dias pelas autoridades, o que o ministro da Saúde, Magnus Heunicke, chamou de “medida de precaução”.
A AstraZeneca afirma que “não houve eventos adversos graves confirmados associados à vacina”, mas que apoia a investigação e permanecerá em contato com as autoridades austríacas, que enfatizam que há “boas evidências de que a vacina é segura e eficaz”.
Ao todo, 142.000 dinamarqueses receberam a primeira dose da vacina e, por enquanto, não irão receber a segunda dose até a investigação ser finalizada. No total, o país já administrou a primeira injeção para 13% da sua população, priorizando os grupos de risco.
No Brasil, a produção em grande escala da vacina de Oxford com a AstraZeneca teve início na última segunda-feira (8). Pelo menos 3,8 milhões de doses do imunizante contra a covid-19 serão entregues até o fim deste mês. Pelo calendário da instituição, 30 milhões de doses serão entregues até abril. E até meados do ano, a Fiocruz espera já ter disponibilizado 100 milhões de doses.