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sábado, 02/08/2025

Dinamarca destaca-se na inclusão de imigrantes no trabalho

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A Dinamarca alcançou um feito importante: é o país da União Europeia com a maior taxa de emprego entre imigrantes provenientes de fora do bloco. Conforme dados do Serviço de Estatísticas da União Europeia (Eurostat), 71,4% desses imigrantes estavam empregados em 2024, superando a média europeia de 65,3%.

Um estudo analisado pela Fundação Rockwool em Berlim revela que a performance dos imigrantes na Dinamarca se aproxima bastante à da população nativa, destacando a força de trabalho estrangeira como um componente vital para a economia local.

No entanto, apesar dos avanços, especialistas chamam atenção para uma desigualdade persistente: enquanto 74% dos homens oriundos de fora da UE estão empregados, a taxa entre as mulheres estrangeiras ativas é de 56%.

A integração dos trabalhadores estrangeiros no país nórdico é vista de maneira positiva pelo Jacob Holbraad, diretor da Associação de Empregadores Dinamarquesa. Segundo ele, “com a falta de mão de obra, os profissionais internacionais tornaram-se essenciais para as empresas e a economia da Dinamarca nos últimos anos”.

O governo também decidiu diminuir o salário mínimo anual necessário para a concessão de visto de trabalho, reduzindo o valor de 514 mil coroas dinamarquesas para 300 mil coroas, equivalente a cerca de R$ 262 mil por ano. Essa medida beneficia cidadãos de 16 países estratégicos, incluindo o Brasil, Estados Unidos, Reino Unido, Índia e China.

Para evitar práticas inadequadas, o governo exige que empregadores tenham ao menos dez funcionários fixos e estejam em conformidade com as normas ambientais e trabalhistas. Além disso, profissionais envolvidos em grandes obras devem portar identificação visível para facilitar a fiscalização das condições de trabalho.

A ministra do Emprego, Ane Halsboe-Jørgensen, destaca a necessidade de mão de obra estrangeira qualificada: “Os trabalhadores devem ser contratados com segurança e condições justas. Portanto, só empresas com acordos coletivos podem participar do novo sistema”.

A expectativa inicial é atrair pelo menos 550 trabalhadores estrangeiros ao ano. O ministro da Indústria e Comércio, Morten Bødskov, acredita que o país pode abrir-se à força de trabalho internacional sem comprometer seus valores locais. Segundo ele, “sabemos que áreas com muitos trabalhadores estrangeiros podem enfrentar concorrência trabalhista desleal, por isso, estamos reforçando as regras para proteger empresas sérias e funcionários”.

Com a flexibilização das normas e o bom desempenho dos imigrantes, a Dinamarca se distancia da tendência de fechamento adotada por outras nações europeias, apostando na inclusão produtiva para enfrentar a escassez de mão de obra e os desafios demográficos.

Apesar da maioria parlamentar, o governo enfrenta oposição liderada pelo Partido do Povo Dinamarquês, de extrema direita. O presidente do partido, Morten Messerschmidt, critica que “muitos idosos e pessoas com deficiência querem contribuir, mas são ignorados por um sistema que prefere buscar trabalhadores do exterior”.

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