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segunda-feira, 06/10/2025

Dinamarca aumenta controle sobre petroleiros russos suspeitos no Báltico

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A Dinamarca anunciou nesta segunda-feira (6/10) o aumento dos controles sobre petroleiros que atravessam suas águas territoriais, visando combater a chamada “frota paralela” russa. Segundo Kiev, esses navios, usados para burlar sanções, também estariam envolvidos no lançamento de drones sobre cidades europeias.

Esta medida ocorre diante da crescente preocupação com a segurança no Mar Báltico, especialmente após recentes avistamentos de drones que provocaram o fechamento temporário de aeroportos na Dinamarca nas últimas semanas.

O governo dinamarquês informou que as novas inspeções vão se concentrar em embarcações antigas, frequentemente associadas à frota russa e consideradas de alto risco ambiental e estrutural.

“Um grande número de petroleiros velhos e inseguros navega por nossas águas todos os anos, representando uma ameaça ao nosso ambiente marinho”, declarou Magnus Heunicke, ministro do Meio Ambiente. “Estamos intensificando os controles com regras ambientais básicas para agir de modo mais eficiente contra a frota paralela da Rússia.”

A Administração Marítima Dinamarquesa, em conjunto com a Agência de Proteção Ambiental, planeja realizar inspeções técnicas e ambientais rigorosas para assegurar a conformidade com as normas internacionais.

De acordo com Copenhague, as informações obtidas poderão ser compartilhadas com países aliados na Europa para identificar e punir embarcações específicas.

O ministro da Indústria e Comércio, Morten Bodskov, ressaltou que o fortalecimento das inspeções faz parte de uma estratégia abrangente para enfraquecer a economia de guerra do presidente russo, Vladimir Putin.

“Estamos utilizando todos os recursos disponíveis. Muitos desses navios são antigos e desgastados. Nossas autoridades estão intensificando os controles para proteger a Dinamarca e suas águas”, afirmou Bodskov.

Frota Paralela

Também chamada de “frota sombra”, essa rede é composta por petroleiros com estruturas proprietárias ocultas, frequentemente registrados sob bandeiras de conveniência e operados por empresas intermediárias.

O objetivo é contornar as sanções impostas ao petróleo russo desde o início do conflito na Ucrânia, em 2022.

Esses navios evitam portos e seguros ocidentais, operam com sistemas de rastreamento desligados e realizam transferências de carga em alto-mar, tornando-se praticamente invisíveis à fiscalização.

Além de facilitar o comércio ilegal de petróleo, essa frota representa um risco crescente de acidentes ambientais no Báltico, uma das regiões marítimas mais sensíveis do planeta.

Acusações ucranianas

A decisão de Copenhague surge após o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, ter citado, no final de setembro, relatórios de inteligência que indicam o uso da frota paralela por parte da Rússia para controlar drones sobre cidades europeias. Zelensky solicitou que países da região interditassem a navegação de petroleiros russos no Mar Báltico devido aos riscos envolvidos.

Porém, a Polônia rejeitou essa proposta. O presidente polonês, Karol Nawrocki, destacou que tais decisões precisam ser baseadas em análises técnicas e militares, não apenas em declarações políticas.

Moscou refutou as acusações, classificando as denúncias de Kiev como “provocações sem evidências”. O Kremlin alertou que qualquer tentativa de bloquear a navegação russa em águas internacionais seria vista como uma invasão e responderá a ela de forma apropriada.

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