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segunda-feira, 18/08/2025

Dificuldade entre oposição e Motta na CPMI do INSS

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O líder do PL, Sóstenes Cavalcante (RJ), mencionou que o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), enfrenta dificuldades para lidar com o grupo da oposição. Segundo o parlamentar, não houve diálogo sobre a nomeação do deputado Ricardo Ayres (Republicamos-TO) para a relatoria da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), pauta defendida pela oposição.

“Certamente que não houve acordo na indicação da relatoria da CPMI”, declarou Sóstenes. Perguntado se a escolha de Ayres, um representante do Centrão, indicava um afastamento de Motta em relação à oposição, ele respondeu: “O presidente não tem obrigação de negociar conosco. Percebo que o Hugo tem dificuldades para fazer concessões ao PL e à oposição”.

Sóstenes também criticou a falta de apoio de Ayres para a criação da comissão, cujo requerimento encontrou resistência devido à pressão da base do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) contra o colegiado. “O problema maior é que ele nem assinou para que a CPMI fosse iniciada. 222 deputados apoiaram, ele não. Ou seja, se dependesse dele, a CPMI não existiria”, disse o líder do PL.

A oposição liderou a coleta de assinaturas na Câmara e no Senado para a formação da comissão mista, cuja criação é obrigatória. Com a presidência assumida pelo senador Omar Aziz (PSD-AM), alinhado ao governo, os bolsonaristas esperavam indicar um nome de direita para a relatoria, sendo a coronel Fernanda (PL-MT) uma das opções.

A preferência de Motta por um nome de centro não foi claramente esclarecida aos líderes, mas figuras importantes do Congresso apontam reservas do presidente da Câmara em relação aos bolsonaristas. Fontes revelam que o relacionamento entre a oposição e Motta jamais será o mesmo após o confronto que impediu o presidente de exercer sua posição, bloqueando as atividades legislativas por mais de 30 horas.

O incidente foi visto como um constrangimento para Motta, que só retomou o plenário com a intervenção do ex-presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL). Além disso, outros líderes do centrão frearam a oposição ao manifestarem apoio à redução do foro privilegiado, visando limitar o alcance do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o Congresso, e à proposta de anistia para os envolvidos nos eventos do dia 8 de janeiro.

De acordo com líderes, conceder a relatoria da CPMI do INSS para a oposição logo após o conflito seria visto como uma recompensa inadequada para o grupo responsável pelo episódio. A situação da CPMI, destacam, exige um presidente e um relator que estejam dispostos a dialogar e negociar.

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