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quinta-feira, 31/07/2025

Dieta colorida da bandeira do Brasil ajuda a diminuir colesterol

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Uma dieta inspirada nas cores da bandeira do Brasil demonstrou ser eficaz para diminuir os níveis de colesterol elevado em indivíduos com histórico familiar de hipercolesterolemia, além de reduzir o risco de doenças cardíacas. Desenvolvida por médicos e nutricionistas do Instituto de Pesquisa do Hospital do Coração (Hcor), em São Paulo, essa dieta provou ser segura, bem aceita pelos participantes e eficaz para melhorar a saúde cardiovascular.

Como controlar o colesterol alto?

  • Alimentação saudável: É importante evitar gorduras trans e saturadas encontradas em frituras e alimentos industrializados. Prefira azeite, abacate, peixes e alimentos ricos em fibras.
  • Atividade física: Exercícios aeróbicos como caminhada e natação ajudam a aumentar o HDL (colesterol bom) e a diminuir o LDL (colesterol ruim), protegendo o coração.
  • Perda de peso: Perder mesmo uma pequena quantidade de peso pode reduzir o colesterol total e melhorar a saúde do coração, especialmente em pessoas obesas.
  • Evitar vícios: Parar de fumar eleva o HDL e diminui o risco de doenças cardíacas. Reduzir o consumo de álcool também pode trazer benefícios, principalmente para a saúde do fígado.

Detalhes da dieta DICA-HF

A dieta, chamada DICA-HF, é uma versão adaptada da Dieta Cardioprotetora Brasileira (DICA BR), voltada para adultos com hipercolesterolemia familiar, uma condição hereditária que aumenta o risco de infarto precoce.

A pesquisa foi publicada recentemente na revista Nutrients, envolvendo 58 voluntários que foram acompanhados por 120 dias para avaliar adesão à dieta e seus efeitos clínicos e laboratoriais.

Como funciona o cardápio?

A DICA-HF utiliza um sistema de cores baseado nas cores da bandeira do Brasil para facilitar a escolha dos alimentos, promovendo o equilíbrio adequado para a saúde do coração. O sistema é o seguinte:

  • Verde: alimentos naturais, como frutas e legumes;
  • Amarelo: cereais e leguminosas;
  • Azul: carnes e laticínios.

A quantidade dos alimentos deve seguir a proporção das cores da bandeira, ajudando a manter o equilíbrio alimentar e respeitando a cultura alimentar local. Alimentos ultraprocessados são evitados.

Aline Marcadenti, nutricionista e uma das líderes do estudo, explica que uma refeição equilibrada considera a distribuição proporcional entre os grupos verde, amarelo e azul.

Por exemplo, no almoço, uma salada de alface e tomate representa o verde, arroz e feijão, o amarelo, e um bife grelhado, o azul. Já no café da manhã, frutas, pão e leite com café compõem uma refeição balanceada entre os três grupos.

Até os lanches devem priorizar alimentos naturais, como salada de frutas, castanhas e iogurte com frutas frescas.

Resultados do estudo

Além da dieta, os pesquisadores testaram a suplementação com fitoesteróis e óleo de krill, que podem melhorar o perfil lipídico. A adesão ao protocolo foi alta, com mais de 90% dos participantes comparecendo às consultas e aproximadamente 80% usando os suplementos conforme indicado.

Após 120 dias, foi observada redução na lipoproteína A, uma proteína associada ao risco cardiovascular pouco abordada em tratamentos convencionais, e diminuição do LDL oxidado, que contribui para a formação de placas nas artérias. Esses resultados indicam benefícios além do controle do colesterol total.

Não foram registrados efeitos adversos graves, e todos os participantes relataram melhoria na qualidade da alimentação, reforçando que mudanças alimentares simples podem ter impacto significativo.

Importância do diagnóstico

A hipercolesterolemia familiar é uma condição genética que aumenta o risco de eventos cardíacos graves antes dos 50 anos. Afeta cerca de 1 em cada 300 pessoas no Brasil, mas é pouco diagnosticada e acompanhada.

Os pesquisadores esperam que a DICA-HF sirva de base para programas de saúde pública focados na prevenção de doenças cardiovasculares em populações de risco.

O estudo foi financiado pelo Instituto de Pesquisa do Hcor, com apoio do Ministério da Saúde e do Proadi-SUS. O próximo passo é testar a dieta em larga escala. Ressalta-se que a abordagem alimentar não substitui medicamentos em casos severos, podendo ser utilizada em conjunto ao tratamento médico.

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