Especialista explica como a saúde emocional influencia na diabetes. Estresse é um impulsionador de casos e pode causar internações
A diabetes é uma condição crônica que deve acometer cerca de 1,3 bilhão de pessoas nos próximos trinta anos. Por isso, a doença é uma questão de saúde pública que influencia diretamente na qualidade de vida dos indivíduos.
No Brasil, o grupo de pesquisas da Umane revelou que o número de pessoas com diabetes nas capitais cresceu 132% nos últimos 17 anos. Em 2006, o total da população que convivia com a doença em território nacional era de 1,5 milhão, e no ano passado esse número chegou a 3,5 milhões.
A diabetes resulta da falta de insulina ou da deficiência de sua ação. A condição pode causar o aumento da glicemia e suas altas taxas muitas vezes culminam em complicações em outras partes do corpo. É o caso do coração, artérias, olhos, rins e cérebro.
Na presença da doença, ocorre um déficit na metabolização dos carboidratos. Os quadros de hiperglicemia se caracterizam pelas altas taxas de açúcar no sangue de maneira permanente. A situação também pode provocar danos em órgãos, vasos sanguíneos e nervos.
Diabetes e estresse
O estresse se apresenta como um impulsionador dos casos de diabetes. A médica de família Rafaella Reggiani esclarece que a pressão diária pode desestabilizar a saúde de diversas formas.
“O estresse, muitas vezes, leva a escolhas menos saudáveis, como o consumo excessivo de alimentos processados e açucarados, sedentarismo e até o consumo de bebidas alcoólicas, fatores diretamente relacionados ao aumento de peso, gordura abdominal e, consequentemente, aumento do risco de desenvolver diabetes tipo 2. Por isso, cuidar do bem-estar emocional e mental se torna um passo essencial para a prevenção e para uma vida com mais qualidade e equilíbrio”, explica a especialista da Sami Saúde.
A diabetes é uma das principais causas de complicações graves, como doenças cardiovasculares, insuficiência renal e cegueira. Mas, apesar da complexidade da doença, sua prevenção pode ocorrer a partir do monitoramento de sintomas e da mudança de hábitos.
“A Atenção Primária à Saúde (APS) é fundamental para o tratamento correto e na hora certa, pois construímos o cuidado preventivo com a coordenação do médico da família, que acompanha tanto o histórico da saúde quanto a rotina do paciente: se ele pratica exercícios regulares, segue uma alimentação saudável, mantém o controle de estresse, evitando o desencadeamento de outras enfermidades ou sequelas”, pontua a médica.