Morta em uma troca de tiros entre as facções Comando Vermelho (CV) e Terceiro Comando Puro (TCP), Eweline Passos Rodrigues, de 28 anos — conhecida como Diaba Loira — publicou nas redes sociais, semanas antes de sua morte, que não tinha medo da morte.
Em uma das mensagens, Eweline escreveu: “No início, pensei que sentia medo, quando entrei nesse meio, mas, na verdade… não sinto.”
Ela também disse: “Se realmente tivesse medo, teria fugido para longe.”
A traficante foi assassinada a tiros na madrugada de sexta-feira (15/8) em um confronto nas comunidades do Fubá e do Campinho, zona norte do Rio de Janeiro. Seu corpo foi encontrado em Cascadura.
A disputa territorial entre CV e TCP já dura dois anos e aumentou após o falecimento de Kaio da Silva Honorato, conhecido como Kaioba, líder da “Equipe Caos” e figura de destaque do CV.
Em resposta à “Equipe Caos”, Diaba Loira declarou: “Eu deveria ter medo, mas é difícil, pois estive ao lado de vocês todo esse tempo e sei que vocês não estão preparados.”
Kaioba comandava o tráfico no Morro do Dezoito, em Água Santa, e foi morto no Morro do Fubá por adversários do TCP.
Ele liderava as investidas aos morros do Fubá e do Campinho durante a rivalidade entre as facções.
Jurada de morte
Em 10 de julho, após um confronto na comunidade do Bateau Mouche, Diaba Loira foi marcada para morrer por antigos membros do CV. O tiroteio daquela ocasião matou três integrantes do TCP. Um criminoso disse que a próxima vítima seria Diaba Loira, agora ligada ao grupo rival.
“Não vou me entregar viva, só sairei no caixão.”
Eweline Passos estava sendo procurada pela Polícia Civil do Rio de Janeiro por suspeita de envolvimento com o tráfico e organização criminosa.
Histórico pessoal
Eweline nasceu em Santa Catarina e sobreviveu a uma tentativa de feminicídio, quando teve o pulmão perfurado pelo ex-companheiro. Após este episódio, ela teria ingressado no CV ao fugir para o Rio de Janeiro.
Ela também era conhecida por exibir armas pesadas nas redes sociais, incluindo fuzis e pistolas, além de usar frases desafiadoras, como: “Não me entrego viva, só saio no caixão.”