Uma data bastante controversa é celebrada mundialmente nesta terça-feira (19/11): o Dia Internacional do Homem. Frequentemente associada como sendo o oposto do Dia Internacional da Mulher ou uma tentativa de reconhecimento para os homens frente ao protagonismo do 8 de março, a data foi criada para promover a saúde masculina.
Apesar do conhecimento da origem diminuir o viés político e destacar aspectos científicos, questões de gênero ainda persistem. Homens muitas vezes se sentem incomodados em buscar cuidados físicos e mentais por medo de preconceito. O machismo presente nesse comportamento indica que admitir necessidade de ajuda e cuidar de si próprio são atitudes vistas como femininas, frágeis e contrárias à masculinidade tradicional.
Estudos comprovam essa realidade. Uma revisão global da Universidade do Sul da Dinamarca, publicada em maio na revista científica PLOS Medicine, mostrou que homens adoecem mais e vivem menos do que mulheres em quase todos os países analisados.
A pesquisa focou em doenças como hipertensão, diabetes e HIV/Aids, analisando marcadores de gênero em saúde em mais de 200 nações. Os resultados indicam que homens apresentam maiores taxas dessas enfermidades, morrem mais cedo e procuram menos serviços de saúde para diagnóstico e tratamento.
Também de acordo com dados recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2023, a expectativa de vida no Brasil era de 79,7 anos para mulheres e 73,1 anos para homens, uma diferença de 6,6 anos atribuída a fatores como menor exposição feminina a acidentes e violência, além do maior cuidado das mulheres com a própria saúde.
Origem da Data
O Dia Internacional do Homem tem origem ligada inicialmente ao governo soviético. Acredita-se que a data tenha sido criada durante o mandato de Mikhail Gorbachev (1985-1991), na União Soviética, para homenagear personalidades importantes na história do país.
Inspirado por essa ideia, em 1994, o médico Jerome Teelucksingh, professor de História na Universidade das Índias Ocidentais, propôs o dia 19 de novembro como o Dia Internacional do Homem, com apoio da Organização das Nações Unidas (ONU). Como médico, seu objetivo foi chamar atenção especial para a saúde dos homens, promovendo debates e campanhas de conscientização.
No Brasil, a data é comemorada também em 15 de julho, conhecido como Dia Nacional do Homem, criado pela Ordem Nacional dos Escritores, com os mesmos objetivos do Dia Internacional.
A celebração coincide com o Novembro Azul, uma campanha mundial que ressalta a importância da saúde masculinha, com ênfase na prevenção e diagnóstico precoce do câncer de próstata.
