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quinta-feira, 20/11/2025




Dia da Consciência Negra: Inspirações e Histórias de Profissionais da Saúde

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O Dia da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, é mais do que uma data para lembrar no calendário: é um momento para reconhecer histórias importantes, mostrar as lutas enfrentadas e celebrar as conquistas da comunidade negra que vão além de experiências individuais. No Hospital Regional de Santa Maria (HRSM), gerido pelo Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IgesDF), profissionais da saúde superaram desafios e ocupam hoje posições essenciais, movidos pelo amor ao que fazem.

As histórias desses profissionais revelam que, por trás da rotina de um hospital grande, existem trajetórias que garantem a qualidade do cuidado oferecido à comunidade. Ao contar seus caminhos, esses profissionais destacam a importância da presença negra na saúde pública e mostram como suas experiências pessoais ajudam a fortalecer instituições diversas e dedicadas a servir a população. Confira algumas dessas histórias.

Uma vida de coragem e transformação

A escolha de carreira de Flávia Miranda de Jesus não veio de um sonho desde pequena, mas de um momento importante na vida dela. Antes, trabalhava como representante comercial, até que ouviu de um especialista que não tinha competência técnica. Ao invés de desistir, isso a motivou a recomeçar.

Ela é formada em propaganda e marketing, mas decidiu estudar farmácia. Na época, seu companheiro dizia que estava “velha demais para estudar”. Com 40 anos, Flávia achou na família o apoio que precisava. “Meus pais e meus filhos sempre me apoiaram”, conta.

Hoje, com 52 anos, Flávia se orgulha muito do seu percurso. Foi a primeira de sua família a terminar o ensino superior, trazendo não só o diploma, mas uma história de força, superação e determinação. “Sou a primeira da minha família a conquistar o ensino superior”, celebra.

Da dor ao chamado pela enfermagem

Ronaldo Lima Coutinho vive uma trajetória marcada por um evento que mudou sua vida. Na adolescência, depois de um acidente grave, passou mais de um mês hospitalizado em Jaciara (MT). Durante esse período, recebeu cuidados que plantaram a semente para sua vocação na enfermagem.

Mais tarde, para custear a faculdade, trabalhou duro, conciliando dois empregos, estudos e a venda de lanches. Apesar dos obstáculos, manteve a determinação. “Sempre haverá quem tente te desmotivar, mas fui criado com resiliência, caráter e honestidade, e isso sempre me guiou nas escolhas”, lembra. “Passei por muitas barreiras, mas nunca deixei que elas me impedissem de continuar”.

Primeiro da família a concluir o ensino superior, ele sente orgulho e gratidão. “Sou grato todos os dias pela chance de ajudar quem precisa”, afirma. “Sou feliz, mesmo com os desafios”.

Superação, foco e reencontro com o propósito

A história de Letícia Moura Marinho de Oliveira é sobre recomeços. Depois de anos estudando para concursos, ela foi aprovada, mas o concurso foi cancelado, o que foi um grande impacto. Isso fez com que ela repensasse seus planos e escolhesse um novo caminho, que a conectasse ao seu verdadeiro propósito.

Formada em direito, ela enfrentou um desafio enorme na universidade: viajava 200 km por dia, saindo de casa às 4h30 da manhã. “Nos momentos em que parecia que minhas lágrimas eram maiores que minha força, eu segurei firme”, lembra.

Com o apoio dos pais e do esposo, hoje Letícia colhe os frutos de sua dedicação. Ela é a segunda da família a concluir o ensino superior, depois da mãe, e sente orgulho da mulher que se tornou: “A certeza de que somos capazes é o que me motiva a seguir em frente. Com esforço, propósito e persistência, podemos alcançar o que quisermos”.

O cuidar como missão e símbolo de representatividade

Dartway Santhiago começou sonhando com medicina, mas a vida o levou para a enfermagem, onde encontrou seu verdadeiro caminho. “Meu sonho sempre foi cuidar das pessoas”, diz.

Enfrentou muitas dificuldades — sociais, financeiras e emocionais — e em alguns momentos quase desistiu. Mas seu propósito sempre foi mais forte. Como homem negro, Dartway vê sua profissão como uma missão e um orgulho. “Estar onde estou hoje é uma grande honra”, destaca. “Essa história não é só minha: é de muitos que vieram antes e lutaram para que eu pudesse estar aqui, e dos que virão depois”.

Ele faz parte de uma família com quatro irmãos, todos homens negros e com formação superior. Único na área da saúde, encara como responsabilidade inspirar, abrir portas e fortalecer caminhos para quem sonha seguir esse percurso.

Informações fornecidas pelo IgesDF




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