O Eixão do Lazer é um convite aberto aos moradores de Brasília para desfrutar os domingos e feriados. Há mais de três décadas, as vias principais dos Eixos Sul e Norte são interditadas para veículos das 6h às 18h, proporcionando um espaço de 14 quilômetros para atividades ao ar livre, que incluem áreas para alimentação, lazer para todas as idades e apresentações musicais. No Dia da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, o espaço foi mais uma vez cenário para encontros ao ar livre.
A fiscalização do trânsito fica a cargo do Departamento de Trânsito do Distrito Federal (Detran-DF) e do Departamento de Estradas de Rodagem (DER-DF), com apoio da Secretaria de Proteção da Ordem Urbanística (DF Legal) e da Polícia Militar (PMDF) para assegurar a organização do local.
Os domingos costumam ser os dias de maior movimento. Michael Miller, sonoplasta e comerciante que vende água de coco no Eixão, comenta que o fluxo de pessoas é maior nesse dia em comparação aos feriados que caem no sábado, quando o movimento diminui.
O local é ideal para todos os públicos, incluindo famílias, jovens, idosos e donos de pets. Ana Carolina Guimarães, enfermeira e mãe de gêmeos, aproveita o espaço com seus filhos sempre que possível, destacando a importância da data e a necessidade de respeito constante às diferenças. Ela observa que embora não veja casos de racismo no trabalho, infelizmente ainda ocorre no cotidiano.
O Dia da Consciência Negra homenageia a luta por igualdade racial e relembra Zumbi, líder do Quilombo dos Palmares, símbolo maior da resistência negra no Brasil.
Eventos e manifestações culturais em Brasília
Além do Eixão do Lazer, o Festival Consciência Negra 2025 destacou-se com o tema “Raízes que Conectam o Futuro”. A festividade espera reunir cerca de 100 mil pessoas na Praça do Museu Nacional da República até 22 de novembro. O festival oferece uma variedade de atrações, como apresentações artísticas, oficinas, moda, gastronomia e reforça o combate ao racismo.
Deputado da feira Curis, evento dentro do festival, reúne empreendedores negros que vendem arte e artesanato. O designer e ilustrador Cleiton Batista, conhecido como “o Abiku”, é um dos participantes. Ele cria peças autorais em azulejos, inspiradas em sonhos e visões, ressaltando a importância de eventos que possibilitem aos artistas negros apresentar e comercializar seus trabalhos, algo que deseja que aconteça com maior frequência.
Cleiton Batista afirma que é fundamental ocupar todos os espaços sociais pois apesar de serem maioria, os negros enfrentam o sistema que tenta restringir sua expressão artística e presença social. Para ele, o festival é uma oportunidade essencial para fomentar o trabalho e gerar novas possibilidades.
A entrada para os shows do festival é gratuita mediante a retirada dos ingressos no Sympla e doação de 1kg de alimento não perecível. Outras atrações são abertas ao público sem custo.
