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sexta-feira, 10/10/2025

DF vai ampliar escolas cívico-militares com apoio da comunidade

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Em Brasília

O governador Ibaneis Rocha anunciou que o Distrito Federal vai aumentar de 25 para 50 o número de escolas cívico-militares na rede pública. Essa decisão veio depois que pais, alunos, professores e servidores elogiaram o modelo por melhorar a disciplina, o desempenho e a segurança nas escolas. Com essa expansão, o governo quer fortalecer a educação pública e atender à demanda crescente por esse tipo de ensino, que tem ganhado apoio nas comunidades.

Ibaneis Rocha destacou: “É gratificante ver a parceria entre Educação e Segurança funcionando. Muitos alunos de áreas vulneráveis estão conseguindo entrar em universidades federais e se destacando. Isso prova que o modelo, que enfrentou críticas, é um sucesso e um exemplo para o país.”

As escolas que têm gestão compartilhada mostraram aprovação superior a 80% pela comunidade escolar. Entre as 11 escolas avaliadas, os índices variaram de 81,38% a 98,3%, sendo a mais bem avaliada o Centro de Ensino Fundamental (CEF) 17 de Taguatinga.

Essas avaliações vêm de consultas públicas previstas na Lei de Gestão Democrática da Educação do DF, onde participam cerca de 300 pessoas entre professores, pais de alunos, servidores e estudantes acima de 13 anos. Cada reunião é registrada em ata e pode ser consultada oficialmente.

Na região da Estrutural, que antes tinha altos índices de criminalidade, a gestão compartilhada instaurada no Centro Educacional 1 (CED 1) transformou o ambiente escolar. A diretora Vanessa Nogueira comentou que a escola, situada em uma área vulnerável, está agora totalmente pacificada e os estudantes têm melhores oportunidades, como ingressar na universidade.

O programa foi criado em 2019 com quatro escolas-piloto em áreas identificadas como vulneráveis pela Secretaria de Segurança Pública (SSP-DF). Antes de iniciar, o projeto é apresentado à comunidade para consulta.

A secretária de Educação, Hélvia Paranaguá, afirmou que a comunidade abraçou o modelo e hoje existe fila de espera de pais para matricular seus filhos nesse sistema.

Disciplina e organização

A estudante Maria Eduarda Dias, 13 anos, que estuda na Estrutural, disse que o modelo cívico-militar mudou sua rotina escolar para melhor. Ela aprendeu responsabilidade e respeito pelos policiais, professores e colegas. O ambiente na escola tornou-se mais seguro, e os policiais conversam com os alunos sobre bullying e convivência.

Outra aluna, Byanca Barros, 17 anos, do terceiro ano do ensino médio, falou que a maior diferença foi na organização da escola, que antes era desordenada. Hoje, com a ajuda dos policiais, a disciplina melhorou muito, e o respeito entre alunos e professores aumentou.

Educação com segurança reforçada

Dados da SSP-DF mostram que a Estrutural teve uma queda significativa na criminalidade desde 2018, quando as escolas cívico-militares foram implantadas. Homicídios caíram de 20 para 11, roubos a transeuntes de 554 para 195, roubos em residência de 14 para 3 e roubos em transporte coletivo de 178 para 23.

O secretário de Segurança Pública, Sandro Avelar, destacou que o modelo ajuda tanto na segurança quanto na educação. Ele enfatizou que alunos aprovados em cursos como Medicina são prova da qualidade do sistema, que une disciplina, cultura e aprendizado.

O modelo é gerido conjuntamente pelas secretarias de Educação e Segurança, sem custos extras. Os policiais que atuam são militares da reserva, aproveitando sua experiência sem comprometer o efetivo ativo.

Atualmente, o DF tem 25 escolas cívico-militares, 17 administradas com o Corpo de Bombeiros e 8 com a Polícia Militar. Com a expansão, serão 50 escolas em toda a capital.

Da escola para a universidade

O impacto do modelo é visível na vida dos jovens. Abraão Ludson, ex-aluno do Centro Educacional 07 de Ceilândia, está cursando Engenharia Mecânica na Universidade de Brasília (UnB). Ele disse que os valores aprendidos, como liderança e trabalho em equipe, ajudaram muito em seus estudos universitários.

A estudante Anna Clara Martins, que cursa Medicina Veterinária na UnB, também destacou como a disciplina adquirida na escola a ajudou a organizar sua rotina e a buscar seus objetivos acadêmicos, contando com o apoio dos professores e a segurança oferecida pelos policiais na escola.

Com informações da Agência Brasília

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