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quarta-feira, 30/07/2025

DF usa bactéria para combater o vírus da dengue

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Em Brasília

A Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) está implementando na capital federal a estratégia conhecida como Wolbachia para controlar a dengue. Essa iniciativa busca aumentar o número de mosquitos Aedes aegypti que não transmitem dengue, zika, chikungunya e febre amarela para as pessoas.

Quando a bactéria Wolbachia está presente nos mosquitos, ela impede o vírus responsável por essas doenças de se desenvolver dentro do inseto, evitando assim que ele espalhe as infecções. Como os mosquitos Aedes aegypti normalmente não possuem essa bactéria, cientistas criaram o processo de introduzir a Wolbachia em alguns mosquitos — chamados de “Wolbitos” — e liberá-los no ambiente para que possam se reproduzir.

Em uma visita ao Núcleo de Controle Químico e Biológico do Distrito Federal, representantes da SES-DF, do Ministério da Saúde, dos municípios de Valparaíso (GO) e Luziânia (GO) e da empresa responsável pela tecnologia conheceram onde os mosquitos serão criados.

Nas próximas semanas, os Wolbitos serão soltos em áreas como Brazlândia, Sobradinho 2, São Sebastião, Fercal, Estrutural, Varjão, Arapoanga, Paranoá, Planaltina e Itapoã, regiões que historicamente apresentam maior incidência da dengue.

É importante destacar que os mosquitos liberados no meio ambiente não transmitem nenhuma doença. A expectativa da SES-DF é que com o início do período chuvoso, esses insetos se multipliquem e ajudem a reduzir o número de Aedes aegypti capazes de infectar as pessoas.

Origem da pesquisa

Em 2011, o pesquisador Luciano Moreira, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), iniciou tratativas com o Ministério da Saúde para introduzir essa técnica no Brasil. A descoberta do método ocorreu durante seu pós-doutorado na Austrália.

A Wolbachia está presente em cerca de 60% dos insetos no mundo. Em estudos laboratoriais, os pesquisadores transferiram a bactéria da mosca-da-fruta para ovos de Aedes aegypti e constataram que sua presença bloqueia o desenvolvimento dos vírus causadores das quatro doenças.

“Com o tempo, o número de mosquitos com Wolbachia se mantém elevado de forma natural, dispensando novas liberações. Isso torna o método autossustentável e viável a longo prazo. A técnica é ambientalmente segura”, explica o World Mosquito Program Brasil, projeto conduzido pela Fiocruz.

Além disso, pesquisas indicam que a Wolbachia, sendo intracelular, não pode ser transmitida a humanos ou outros mamíferos.

Essa tecnologia representa um avanço significativo no combate às doenças transmitidas pelo Aedes aegypti e oferece uma alternativa eficaz e sustentável para proteger a população.

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