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sábado, 19/07/2025

DF registra 706 casos de injúria racial em 2024

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Em Brasília

Em 2024, a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF) registrou 706 incidentes de injúria racial, com a maioria ocorrendo em Brasília.

As 10 regiões administrativas com maior número de ocorrências representam 69% dos casos:

  • Brasília: 107
  • Ceilândia: 79
  • Taguatinga: 55
  • Samambaia: 47
  • Planaltina: 42
  • Gama: 37
  • Guará: 34
  • Recanto das Emas: 30
  • São Sebastião: 28
  • Santa Maria: 26

A injúria racial é crime que ofende a honra de alguém com base em raça, cor, etnia, religião ou origem. A mudança na Lei nº 7.716/89 equiparou esse ato ao crime de racismo, uma conquista importante apesar de ainda necessária, como demonstram casos recentes.

Em 2 de julho, uma menina de 11 anos foi vítima de ofensas racistas em uma escola pública no Riacho Fundo II, que ficou em 25º lugar no ranking da SSP-DF com 11 casos no ano anterior.

Os abusos verbais geraram um impacto emocional significativo na criança, que precisou de atendimento médico após apresentar ansiedade e ataque de pânico. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado para prestar socorro.

Segundo a irmã da vítima, três estudantes, entre 12 e 14 anos, passaram a humilhar a menina constantemente, focando em seu cabelo com apelidos depreciativos como “cabelo de bucha”, “cabelo de pica” e “preta nojenta”. Essas agressões tinham a intenção clara de abalar a autoestima da criança.

A irmã da menina declarou: “Elas destruíram a confiança dela, sempre usando palavras cruéis.”

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) está investigando o caso e a Secretaria de Educação classificou o episódio como extremamente grave.

Investigação e medidas

A irmã da vítima informou que a menina também recebeu ameaças de agressão física depois de relatar os acontecimentos à direção da escola. As famílias dos agressores foram chamadas, o que provocou reação de raiva da estudante mais velha, que afirmou que buscaria vingança com ajuda de outras alunas.

Após tomar conhecimento, a Secretaria de Educação transferiu as alunas envolvidas para outras unidades escolares. A vítima foi protegida e, por decisão familiar, mudou de escola.

A Corregedoria da Secretaria abriu uma sindicância para avaliar se houve falhas ou omissões da gestão escolar.

Funcionários da pasta acompanharam a família até a Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA II), onde foi registrado um boletim por injúria racial e ameaça. A Polícia Civil mantém as investigações em andamento.

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