Na inauguração da nova capital, em 1960, foi realizada uma corrida de carros no Eixão Sul, conhecida como Grande Prêmio (GP) Juscelino Kubitschek.
Nos anos seguintes, a cidade sediou competições de rua, como os 500 km de Brasília, até que um autódromo foi construído para a cidade.
O complexo automobilístico foi criado no final dos anos 1960 pelo Departamento de Estradas de Rodagem do Distrito Federal (DER-DF), à época liderado por Cláudio Starling, com projeto do engenheiro Samuel Dias, e inaugurado em 1974.
O projeto foi baseado em depoimentos coletados durante o GP da Argentina de Fórmula 1, procurando identificar as melhores características para um autódromo. A equipe optou por um traçado longo e rápido, seguindo padrões internacionais, com uma extensão oficial de 5.384 metros, maior que a principal pista de automobilismo do Brasil.
Essa pista é 1.075 metros maior que o Autódromo de Interlagos, que sedia o GP do Brasil de Fórmula 1 desde 1990, e também maior que a desativada pista do Autódromo de Jacarepaguá, do Rio de Janeiro, que tinha 5,035 km.
Essa característica foi mantida na reforma do Governo do Distrito Federal (GDF), que investiu R$ 60 milhões para reabrir o autódromo após quase 12 anos fechado.
A pista possui 5.384 metros distribuídos em seis traçados diferentes, 16 curvas (9 à direita, 7 à esquerda), três retas principais (a maior com 803 metros, a de largada com 614 metros e outra com 502 metros), duas variantes e duas entradas de boxes. A curva 1 tem alta velocidade, com 207 metros e inclinação de 5°. A largura varia de 14 a 15 metros, facilitando ultrapassagens e disputas acirradas.
De acordo com o presidente do Banco de Brasília (BRB), Paulo Henrique Costa, responsável pela gestão do espaço desde 2022, além do traçado original, existem outras variações, incluindo uma chicane e uma curva antes da final. A inclinação na curva permite que os carros alcancem maior velocidade, algo exclusivo do Autódromo de Brasília.
O autódromo também se destaca por permitir visão completa do espaço a partir das arquibancadas, sendo localizado no centro da cidade, próximo a hotéis, shoppings e transporte público, o que é raro em grandes cidades com autódromos.
Reforma estrutural
A reforma, a primeira grande intervenção desde a construção, respeitou o traçado original e trouxe modernizações para atender às exigências atuais, visando homologação pela FIA e FIM. Segundo o superintendente do Autódromo BRB, Fernando Distretti, foram implementadas 13 áreas de escape, 10 mil metros de guard rails, 15 mil m² de paddock, 90 mil pneus, 40 mil m² de caixa de brita e 3,5 mil metros de zebra.
O projeto prevê mais de 40 boxes fixos, que serão instalados na segunda fase prevista para 2026, junto com kartódromo e centro médico. A terceira fase contemplará lojas de carros e equipamentos esportivos, áreas para eventos e um Museu do Automobilismo. O investimento total estimado é de R$ 100 milhões.
Reabertura
A reabertura oficial do Autódromo Internacional de Brasília está marcada para 30 de novembro, com a penúltima etapa da Stock Car 2025 e show do cantor baiano Bell Marques. A programação inclui desfile de veículos pelas ruas da cidade em 27 de novembro, visitação de escolas públicas em 28, além de treino e corrida sprint em 29 de novembro.
Os ingressos são gratuitos e disponibilizados pelo BRB. O GDF também ampliou o programa Vai de Graça para o sábado 29, isentando o pagamento do transporte público, facilitando o acesso do público ao autódromo nos eventos abertos.
Informações fornecidas pela Agência Brasília.
