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quarta-feira, 03/12/2025

DF fatura R$ 491 milhões com venda ilegal de cigarros eletrônicos e sachês de nicotina

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Em Brasília

O comércio ilegal de cigarros eletrônicos e sachês de nicotina movimenta cerca de R$ 491 milhões por ano no Distrito Federal, de acordo com dados da Escola de Segurança Multidimensional (ESEM) da Universidade de São Paulo (USP). Esse mercado poderia ainda gerar mais de R$ 167 milhões em impostos para o governo local. Apesar disso, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proíbe a venda, importação, fabricação e publicidade desses produtos no Brasil desde 2009.

Os cigarros eletrônicos e produtos de tabaco aquecido, conhecidos também como “vape”, “pod” e “vaporizadores”, são classificados pela Anvisa como Dispositivos Eletrônicos para Fumar (DEF’s). A pesquisa da ESEM estima que existem aproximadamente 53 milhões de consumidores desses produtos na capital e cerca de 288 milhões na região Centro-Oeste.

Na região Centro-Oeste, as escolhas de compra se dividem entre vendedores informais (25%), lojas físicas especializadas (25%) e comércio online (8%). Em relação ao consumo, 43% dos usuários usam esses produtos menos de uma vez por semana, enquanto 29% utilizam algumas vezes por semana.

Em uma análise nacional, as principais razões para consumir esses produtos são o sabor e aroma (21%), curiosidade (17%), redução do consumo de cigarros tradicionais (10%), uso em ambientes fechados (10%) e influência de amigos (8%).

A pesquisa também mostra que 43% das pessoas entrevistadas acreditam que o comércio ilegal prejudica a economia do país, enquanto 66% afirmam que o contrabando e a falsificação desses produtos favorecem o crime organizado.

História de superação e ativismo

Laura Cardoso, uma jovem de 27 anos de Brasília, começou a usar cigarros eletrônicos em 2020 e, no final de 2024, sua saúde sofreu uma grave mudança. Após contrair uma forte gripe em uma festa, ela começou a ter tosse persistente e dores intensas nas costas. Após exames, foi diagnosticada com câncer de pulmão e precisou retirar metade do pulmão direito em cirurgia.

Laura destaca que o câncer trouxe uma lição importante: fumar não vale a pena. Ela alerta que muitos jovens acreditam que podem parar a tempo, mas nem sempre isso acontece.

Com dificuldades no pós-operatório, ela ainda faz terapia pulmonar e precisará de acompanhamento contínuo por cinco anos. Mesmo com a proibição, Laura comprava os produtos em tabacarias próximas de casa, mostrando que eles são facilmente encontrados no Distrito Federal.

Depois da doença, Laura Cardoso tornou-se uma defensora da luta contra o tabagismo em suas redes sociais, evidenciando os perigos do uso desses dispositivos.

Ela enfatiza que sempre há chance de mudar, pois as consequências do fumo são dolorosas e se desenvolvem ao longo do tempo. Laura incentiva os jovens a não fumarem para se sentirem aceitos, ressaltando que a verdadeira amizade não depende desse hábito.

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