Larissa Barros
Até junho deste ano, o Distrito Federal conseguiu reduzir em 97,2% os casos prováveis de dengue em comparação ao mesmo período de 2024. Foram 8.400 casos em 2025, contra 273.915 no ano anterior, conforme dados da Secretaria de Saúde do DF (SES).
A expectativa para o segundo semestre é boa, sem previsão de epidemia, mas o risco ainda existe, principalmente com a chegada do período de chuvas em outubro.
Para esse resultado, a SES-DF tem trabalhado de várias formas. Um dos maiores avanços foi o aumento do número de agentes de vigilância ambiental, que passou para mais de 500, quase o dobro do ano anterior. Isso permitiu mais visitas em casas, eliminação dos focos do mosquito e ações educativas.
Novas tecnologias também foram usadas no combate ao Aedes aegypti, como estações que espalham larvicida automaticamente, armadilhas que usam o próprio mosquito para distribuir larvicida e ovitrampas que capturam ovos para monitorar a infestação.
Uma iniciativa inovadora será a soltura dos mosquitos Wolbito, que carregam a bactéria Wolbachia, em 10 regiões com maior histórico de dengue. Esta ação ocorrerá entre agosto deste ano e janeiro de 2026 nas regiões de Brazlândia, Sobradinho II, São Sebastião, Fercal, Estrutural, Varjão, Arapoanga, Paranoá, Planaltina e Itapoã.
Essa técnica é feita com apoio da Fiocruz e do Ministério da Saúde. Os mosquitos soltos têm a bactéria Wolbachia, que impede a transmissão da dengue, zika e chikungunya. Essa bactéria é comum em muitos insetos e é segura para os humanos. A população local está sendo informada sobre essa ação.
Victor Porto, porta-voz da Secretaria de Saúde, explica que a soltura deve começar em agosto e esses mosquitos são iguais aos que já existem, só carregam a Wolbachia.
A Wolbachia age como uma vacina para o mosquito, impedindo a transmissão das doenças e afetando a reprodução, o que reduz a população dos mosquitos transmissores.
Quando a bactéria está presente em 60% a 70% da população de mosquitos, a proteção contra a dengue é significativa, com eficácia média de 70%, segundo estudos citados por Victor.
A SES-DF destaca que o combate ao mosquito é responsabilidade de todos. A colaboração da população é essencial, principalmente no descarte correto do lixo e na eliminação de locais com água parada. Essas simples ações, junto ao trabalho da Secretaria, ajudam a manter um ambiente mais saudável e evitam novas epidemias.
A vacina contra dengue permanece disponível nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) para crianças e adolescentes entre 10 e 14 anos.