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quarta-feira, 25/06/2025




Desvio autorizado para córrego após acidente ambiental no aterro Ouro Verde

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Em Brasília

Após avaliação inicial do plano emergencial entregue pela empresa Ouro Verde, que administra o aterro sanitário situado a aproximadamente 9 km de Brazlândia, a Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável do Goiás (Semad) liberou, em parte, as obras para implantação de um desvio temporário no Córrego Santa Bárbara. Este córrego foi afetado devido ao deslizamento de grande quantidade de lixo no aterro ocorrido no dia 18 de junho, fato que foi inicialmente reportado pelo Jornal de Brasília.

A medida adotada pela Semad tem como objetivo isolar a área contaminada para evitar que o curso d’água atravesse a região do desmoronamento e entre em contato com os resíduos, prevenindo assim nova contaminação ambiental. A empresa Ouro Verde tem um prazo de 24 horas para entregar documentação técnica adicional.

Na sexta-feira, 20 de junho, a secretária Andréa Vulcanis, à frente da Semad, emitiu uma portaria que proíbe o consumo e uso da água do córrego Santa Bárbara e do Rio do Sal em todo o perímetro até a foz no rio Maranhão. Essa decisão decorreu da análise das águas, que indicou riscos de contaminação por chorume.

Segundo a Semad, no sábado, 21 de junho, a empresa responsável pelo aterro apresentou um plano de ação, porém este foi recusado por não oferecer soluções adequadas e por estar sem a assinatura de um responsável técnico.

Na manhã de terça-feira, 24 de junho, após uma análise parcial do plano emergencial da empresa, a secretaria emitiu um parecer inicial focado no isolamento hidráulico da área atingida. Como prioridade, foi determinado o início do esvaziamento das lagoas de chorume e o direcionamento correto do efluente para evitar impactos ambientais.

Detalhes do plano emergencial

O plano apresenta duas alternativas para desviar o fluxo de água: uma utilizando bombeamento e outra por escoamento natural através da gravidade do terreno. Os principais passos são:

  1. Intercepção do fluxo hídrico antes do contato com os resíduos;
  2. Coleta e condução da água por tubulações laterais que seguem a borda do córrego, utilizando o desnível natural para o escoamento ou bombas, conforme a técnica mais adequada;
  3. Descarte da água em um ponto a jusante previamente identificado, sem risco de contaminação.

A proposta evita escavações agressivas, não requer derrubada de vegetação e oferece mais segurança para as equipes ao manter o sistema fora da área instável chamada de “área quente”.

Análise da qualidade da água

A Semad realizou medições da qualidade da água do córrego Santa Bárbara e da bacia do rio Descoberto. Em três pontos de captação na bacia do Descoberto, os parâmetros estavam dentro dos limites estabelecidos pelo Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama). A Saneago também avaliou a água subterrânea dos poços artesianos usados para abastecimento comunitário próximos ao aterro e não encontrou irregularidades.

No córrego Santa Bárbara, foram feitas medições a montante e a jusante do aterro. Observou-se um aumento dos sólidos totais dissolvidos (TDS) na parte a jusante: de 147 mg/L na quinta-feira a 270 mg/L na segunda-feira. Esses dados sugerem que o córrego está carregando resíduos do deslizamento.

Foi detectada ainda uma queda no pH da água, indicando maior acidez — com valores de 5,8 no domingo e 5,3 na segunda-feira. Presença de espuma, possivelmente proveniente de detergentes e outros materiais descartados, também foi notada, confirmando sinais de contaminação. Novas coletas e análises estão previstas para quinta-feira, 26 de junho, enquanto os técnicos se dedicam a estudar as amostras já coletadas.




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