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segunda-feira, 08/09/2025

Desigualdade e política instável aceleram envelhecimento cerebral

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Um estudo realizado por cientistas internacionais e publicado na revista Nature Medicine revelou que o envelhecimento do cérebro é significativamente influenciado por fatores sociais e políticos. A pesquisa analisou dados de 161.981 pessoas de 40 países, incluindo o Brasil, com a colaboração de 41 pesquisadores.

Os especialistas aplicaram técnicas de inteligência artificial e modelos epidemiológicos para medir as lacunas entre a idade cronológica das pessoas e sua idade biocomportamental estimada, que considera aspectos como saúde, cognição, educação, função física e presença de doenças ou perdas sensoriais.

Os resultados indicam que, além dos aspectos genéticos e de hábitos pessoais, o contexto ambiental em que o indivíduo vive tem um papel crucial e pode acelerar o processo de envelhecimento cerebral.

O estudo identificou que residir em regiões com baixa renda, poluição do ar elevada, desigualdade de gênero e restrições políticas está associado a um envelhecimento cerebral mais rápido. Outros elementos negativos incluem situações migratórias difíceis, falta de representação política, liberdade partidária limitada, restrições ao voto e fragilidade democrática.

Além disso, países marcados por corrupção elevada e baixa transparência tendem a apresentar níveis mais altos de envelhecimento acelerado. Em contraste, a confiança na estrutura política local atua como um fator protetor.

Os pesquisadores explicam que viver por longos períodos em ambientes de governança instável pode gerar estresse crônico, afetando a saúde do coração e as funções cognitivas ao longo do tempo.

Entre as nações estudadas, países europeus, como França, Suíça e Alemanha, e asiáticos, como China, Coreia do Sul, Israel e Índia, mostraram os melhores índices, apresentando um envelhecimento mais lento. Em contrapartida, países africanos, como Egito e África do Sul, lideram nos casos de envelhecimento rápido. O Brasil ficou em posição intermediária.

O estudo destaca que as lacunas biocomportamentais preveem futuros declínios nas capacidades funcionais e cognitivas. Quanto maior essa diferença entre as idades biocomportamental e cronológica, maior a possibilidade de perda da autonomia e comprometimento da memória e do raciocínio.

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