Vitor Ventura
redacao@grupojbr.com
O Distrito Federal tem a terceira maior taxa de desemprego do país, com 8,7%, ficando atrás apenas de Pernambuco (10,4%) e Bahia (9,1%). Os dados são do segundo trimestre de 2025, divulgados pelo IBGE. Apesar da alta posição, houve uma queda de 0,5% em relação ao trimestre anterior, que foi de 9,2%. Esses números vêm da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Trimestral.
Silvanir Destefani Sartori, doutor em Ciências Sociais, destaca a importância de entender a metodologia do IBGE. “A taxa chamada de desemprego corresponde à taxa de desocupação, que considera pessoas com 14 anos ou mais que buscam trabalho e não estão ocupadas, formal ou informalmente. Desemprego em sentido amplo inclui todos sem vínculo empregatício, inclusive informais”, explica Sartori.
Quando falamos em taxa de ocupação, consideramos quem trabalha, com ou sem vínculo formal. Sartori faz uma análise do cenário no DF e no Brasil (5,8% de desemprego).
“Os dados mostram queda no desemprego no segundo trimestre de 2025 no DF e Brasil, mas é preciso considerar as condições de trabalho, pois pode haver aumento de trabalhos informais com baixa proteção, jornada intensa e baixa renda”, comenta o especialista.
No DF, a taxa de trabalhadores por conta própria é baixa, 18,6% contra 25,2% da média nacional. A informalidade também é uma das menores do país, atrás apenas de Santa Catarina, segundo a PNAD.
Sartori acredita que o vínculo formal ainda garante maior proteção ao trabalhador, e que o DF pode ter empregos de melhor qualidade, pois o rendimento médio mensal é R$ 5.727,00, o maior do país, comparado à média nacional de R$ 3.369,00.
Além disso, o Ministério do Trabalho e Emprego indica a criação de 29.689 vagas formais no DF no primeiro semestre de 2025, o maior número desde 2020. Histórico mostra que desemprego alto impulsiona o trabalho informal, pois quem não encontra emprego formal recorre ao informal. Apesar da taxa elevada, o DF segue a tendência de redução nacional.
Governo planeja mais redução
A Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Renda (Sedet) afirmou que a taxa indica recuperação gradual do emprego na capital. A Sedet está executando ações para continuar reduzindo o desemprego e promovendo empregos de qualidade.
Entre as iniciativas estão programas de qualificação profissional, apoio à economia solidária com eventos como a Feira do Trabalho e do Campo, incentivo ao empreendedorismo via crédito e capacitação pelo programa Prospera, e estímulo ao ambiente empresarial com acesso ao Fundo Constitucional do Centro-Oeste (FCO) e incentivos fiscais de até 67% de ICMS pelo programa Emprega DF.
A Sedet também trabalha para qualificar, incluir e fortalecer o setor produtivo, visando um mercado de trabalho mais justo, dinâmico e com oportunidades para todos no DF.