Inaugurado há dois meses, o terminal do Setor O, em Ceilândia, já é sinônimo de descaso e falta de gestão. Os rodoviários, passageiros e trabalhadores do espaço não medem as palavras ao reclamar sobre a falta de energia constante, vazamento de água, poeira, falta de segurança, bebedouros que não funcionam e banheiros depredados, que já precisaram ser interditados.
Para o despachante Leonardo da Silva, o terminal foi improvisado e os problemas estão presentes desde a inauguração. Na sala onde trabalha o dia inteiro, não tem água nem energia. “Nada funciona. O único bebedouro que sai água não gela. O banheiromasculino já tem uma porta quebrada, um mictório interditado, pia vazando e a empresa responsável retirou todos os aparelhos de sabonete e papel”, relata.
Apesar de passarem menos tempo no terminal,motoristas e cobradores também sofrem com a falta de infraestrutura. O motorista Antônio da Costa Neto está indignado. “Esse terminal está abandonado. Mal entregaram e olha a situação desse banheiro. Não tem onde colocar o papel, ele cai no chão e suja tudo, e não tem nem água direito. Tem que usar a privada com a porta aberta. Se continuar desse jeito, esse terminal não vai durar nem um ano”, dispara.
As duas lanchonetes do terminal precisam abrir as portas, mesmo sem água, desde 9 de abril. Giovane Sousa, gerente de uma delas, conta que eles precisam pegar água no outro lado da rua, em um garrafão, para poder manter a higienização. “A Caesb veio aqui e disse que a caixa d’água está muito alta, que esse é o problema. A gente teve que comprar uma mangueira. Com ela, puxamos água da guarita do segurança e a posicionamos para cair em cima da caixa. Daí, cai um pouquinho de água aqui na pia”, explica.
A obra tem garantia de cinco anos e a empresa responsável, Contarpp Engenharia, teria sido notificada pela Secretaria de Transportes sobre os problemas, mas os rodoviários estão cansados de esperar.E fica a pergunta: até quando a população do DF terá que sofrer com o básico?saúde ,educação e transporte?