O deputado estadual Renato Freitas (PT-PR) manifestou-se nesta quarta-feira (19/11) após a divulgação de um vídeo que o mostra em um confronto físico com um homem no centro de Curitiba. Nas imagens, capturadas pela manhã, o parlamentar usa uma blusa amarela e troca golpes com um homem vestido de preto.
No vídeo, Renato Freitas desfere dois chutes, é atingido por um soco e cai no chão, passando a ter o nariz sangrando enquanto são ouvidas provocações entre os envolvidos.
Em um pronunciamento em vídeo nas redes sociais, o deputado relatou ter sido vítima de uma agressão motivada por racismo enquanto caminhava com uma amiga, também negra, pela cidade. Ele contou que desde a infância enfrenta situações discriminatórias e que nunca aceitou calar-se diante da violência imposta.
O episódio ocorreu quando Freitas atravessava a rua e um motorista jogou o carro em sua direção. Ele apenas olhou sem reagir, mas foi insultado verbalmente pelo motorista, que em seguida desceu do veículo para iniciar a briga. O agressor continuou perseguindo e filmando os dois, na tentativa de criar uma situação para ganhos pessoais. O deputado afirmou que reagiu para se defender até conseguir imobilizar o oponente.
Renato Freitas afirmou que não deseja ser visto nem como agressor nem como vítima, e questionou as razões que levam alguém a agir com violência sem motivo aparente.
Trajetória e denúncias
Renato Freitas possui graduação e mestrado em Direito pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Ele foi eleito deputado estadual em 2022 com mais de 50 mil votos, após ter tido o mandato de vereador cassado pela Câmara Municipal de Curitiba.
O deputado ganhou destaque nacional ao participar de um protesto no Rio de Janeiro pela morte do congolês Moïse Mugenyi Kabagambe, entrando na Igreja do Rosário em Curitiba acompanhado de manifestantes, o que levou a Justiça do Paraná a suspender a cassação de seu mandato. A Arquidiocese de Curitiba também defendeu o parlamentar.
Em 2023, Freitas denunciou ter sido submetido a uma revista considerada abusiva e racista pela Polícia Federal. Ele foi retirado de um avião no Aeroporto Internacional de Foz do Iguaçu para uma fiscalização que classificou como uma inspeção aleatória discriminatória.