O deputado Marcos Pollon (PL-SC), que está sob investigação do Conselho de Ética por sua participação em um protesto que paralisou a Câmara Federal por mais de 30 horas, usou as redes sociais para se explicar. Ele alegou ser autista e que, por isso, não entendeu o que estava ocorrendo quando o presidente Hugo Motta (Republicanos-PB) tentou reassumir a direção da sessão na última quarta-feira, 6.
Pollon e o deputado Marcel van Hattem (Novo-RS) foram os últimos a sair do local no momento em que Motta tentou tomar seu lugar para iniciar os trabalhos legislativos.
Segundo Pollon, há falsidades nas acusações que dizem que o deputado Marcel van Hattem se sentou no lugar de Hugo Motta e que teria encorajado Pollon a ficar lá. Ele pediu que assistissem às imagens para ver a verdade, enfatizando que, por ser autista, não estava entendendo o que ocorria naquele instante.
Um vídeo mostra Pollon explicando para van Hattem: “Eu não entendi. Não vou sair”.
Pollon afirmou que pediu a Marcel van Hattem que o acompanhasse para lhe orientar, e que por isso ele sentou na cadeira do presidente Hugo Motta enquanto van Hattem sentou ao seu lado, pois confiava nele.
Ele explicou que havia uma combinação de procedimentos para desocupar o espaço, que não foi seguida, e que eles deveriam sair antes que o presidente tomasse posse.
Pollon destacou que van Hattem estava lá para ajudá-lo como auxílio a uma pessoa autista. Ele também reconheceu que havia um acordo para não deixar o local sem uma resposta positiva ao pedido relacionado às vítimas do ocorrido em 8 de janeiro.
Ele enfatizou que várias vezes durante o vídeo, ficou claro que ele não estava entendendo e que só sairia quando houvesse uma resposta positiva para as vítimas.
Antes da paralisação, no domingo, 3, em Mato Grosso do Sul, o deputado Marcos Pollon fez críticas duras ao presidente da Câmara, chamando-o de “bosta” e “baixinho de um metro e 60” durante um protesto em defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), decidiu recomendar suspensão de até seis meses para Marcos Pollon, Marcel van Hattem, Zé Trovão (PL-SC) e Júlia Zanatta (PL-SC) pelo protesto. Também está em análise a suspensão da deputada Camila Jara (PT-MS), embora o nome dela não conste na representação sobre a obstrução da Mesa Diretora.
Além desses, outros deputados envolvidos nas ações serão avaliados pelo Conselho de Ética.
Estadão Conteúdo