Erika Kokay destacou que a sessão em comemoração ao Dia Mundial de Luta contra a Aids é um momento crucial para refletirmos sobre os impactos dessa epidemia, fortalecer a solidariedade com as pessoas que vivem com o HIV e reafirmar o compromisso com políticas públicas eficientes e inclusivas.
Embora o Brasil tenha avançado significativamente no diagnóstico e tratamento, desafios persistem, conforme apontado por Erika Kokay. Ela ressaltou que é essencial definir perfis epidemiológicos e adotar uma abordagem multidisciplinar para o enfrentamento do HIV/Aids nas políticas de saúde pública, considerando as origens e os aspectos político-sociais que influenciam a epidemia.
Cleide Jane, representante do coletivo feminista Gabriela Leite, ressaltou que as desigualdades de gênero aumentam a vulnerabilidade das mulheres ao HIV, dificultando um combate efetivo à doença. Questões como pobreza, acesso limitado à educação e aos serviços de saúde impactam principalmente mulheres negras e de comunidades marginalizadas, ampliando o risco de infecção. Ela defendeu políticas públicas que englobem saúde sexual e reprodutiva das mulheres e adotem uma perspectiva interseccional.
Andrea Boccardi chamou atenção para o crescimento do número de países que criminalizam as relações sexuais entre pessoas do mesmo sexo, o que representa um fator de risco para o aumento dos casos de HIV.
Participantes dos movimentos sociais ressaltaram a urgência de incluir marcadores sociais para garantir um enfrentamento equitativo da infecção por HIV/Aids. Além disso, destacaram a necessidade de combater o estigma e o preconceito que cercam as pessoas que convivem com a doença, promovendo uma sociedade mais justa e acolhedora.

