O Departamento de Justiça dos Estados Unidos anunciou nesta quarta-feira (24/12) que recebeu mais de um milhão de documentos possivelmente ligados ao caso Jeffrey Epstein.
Epstein, um bilionário conhecido por seus vínculos com políticos e celebridades, foi condenado por crimes sexuais relacionados a menores de idade e por comandar uma rede de exploração sexual. Em 2019, ele foi encontrado morto em sua cela, em um incidente oficialmente registrado como suicídio.
Os documentos foram entregues pela Procuradoria do Distrito Sul de Nova York e pelo FBI (Federal Bureau of Investigation). O Departamento de Justiça informou que fará a análise e divulgará os documentos conforme a Lei de Transparência dos Arquivos Epstein, seguindo a ordem do presidente Donald Trump para liberar essas informações.
“Nossos advogados estão trabalhando sem pausa para revisar e editar os documentos conforme as exigências legais para proteger as vítimas, e divulgaremos o material assim que possível”, declarou o órgão em suas redes sociais.
A estimativa é que essa análise leve algumas semanas.
De acordo com a legislação aprovada no Congresso, a divulgação inclui registros, e-mails, transcrições, comunicações e outros materiais de investigação não classificados, com exceção daqueles que possam atrapalhar investigações em curso, comprometer a segurança nacional ou expor informações das vítimas.
O deputado Ro Khanna, da Califórnia e coautor da lei, afirmou que esses documentos podem revelar a dimensão das atividades ilegais de Epstein, suas conexões com pessoas influentes — como Donald Trump, o ex-príncipe Andrew e outras personalidades — e como ele conseguiu escapar da justiça por muitos anos.
Recentemente, o Departamento de Justiça começou a liberar mais de 30 mil documentos novos relacionados às investigações de Epstein, incluindo fotografias, áudios, relatórios do FBI e imagens de vigilância. Essa divulgação acontece após críticas acerca de atrasos, censuras e possível retenção de dados.
A primeira leva de arquivos, publicada na sexta-feira (19/12), já apresentava imagens de Epstein com várias celebridades, menções ao Brasil e centenas de páginas parcialmente ocultas, levantando ainda mais dúvidas sobre os fatos.

