O youtuber Felca fez graves acusações contra o influenciador Hytalo Santos, afirmando que ele estaria sexualizando crianças e adolescentes em suas redes sociais, o que gerou uma grande repercussão no Congresso Nacional.
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), destacou no domingo, 10 de agosto, que existem vários projetos importantes relacionados a essa questão e anunciou que irá pautar um debate na semana corrente.
Um dos principais projetos em consideração é o PL 2.628/2022, que trata da proteção de crianças e adolescentes. Esse projeto prevê impedir que menores de 12 anos criem contas em redes sociais e obriga as plataformas a adotarem medidas para proteger esses públicos de conteúdos inadequados ou potencialmente sexualizadores.
O texto foi idealizado pelo senador Alessandro Vieira (MDB-SE) e já foi aprovado no Senado em dezembro de 2024. Agora, está em tramitação na Câmara, sendo analisado por diversas comissões, como Comunicação, Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família, além da Comissão de Constituição e Justiça.
O vídeo divulgado por Felca gerou amplo debate entre políticos de variados espectros partidários, demonstrando a relevância e urgência do tema. A deputada federal Dandara Tonantzin (PT-MG) ressaltou a necessidade de combater a violência contra crianças no ambiente virtual, destacando a prioridade para votação desses projetos.
A senadora Damares Alves (Republicanos-DF), conhecida por sua atuação contra abusos infantis, também comentou sobre a gravidade do tema, afirmando que há muitos aspectos obscuros a serem apurados.
Em paralelo, o influenciador Hytalo Santos é alvo de investigação do Ministério Público da Paraíba por suspeita de exploração de menores, um processo iniciado após denúncia anônima em dezembro. A promotora Ana Maria França conduz o inquérito, concentrando esforços para apurar possíveis práticas ilegais envolvendo adolescentes que vivem sob os cuidados do influenciador, que se apresenta como ‘pai’ dessas jovens.
Parte da controvérsia envolve Kamyla Maria Silva (Kamylinha), uma das jovens consideradas ‘filhas’ adotivas de Hytalo, que anunciou uma gravidez seguida por um aborto espontâneo. Outras menores sob a tutela de Hytalo também estariam grávidas, o que intensificou críticas públicas.
Felca, que possui cerca de 13 milhões de seguidores no YouTube e Instagram, condenou a conduta de Hytalo, ressaltando que seu conteúdo não só sexualiza os jovens, mas também cria material dirigido a públicos pedófilos. Ele classificou as ações como um ‘circo macabro’, visando apenas o engajamento.
Após a denúncia, a conta de Hytalo Santos no Instagram foi removida, ficando indisponível para acesso. Não está claro se a plataforma retirou o perfil ou se o próprio influenciador optou por desativá-lo.