Nova York e Brasília — O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu a soberania do Brasil e criticou as práticas dos Estados Unidos, especialmente durante o governo de Donald Trump, classificando as sanções impostas como injustas e arbitrárias. Ele também condenou a atuação de “falsos patriotas” alinhados a uma extrema-direita subserviente que age contra o país.
No discurso de abertura da Assembleia Geral da ONU, Lula ressaltou que o Brasil permanece firme em sua democracia, que é inegociável e que o país rejeita qualquer tipo de tutela externa. Ele rejeitou os ataques à independência do Judiciário e afirmou que o Brasil continuará a se posicionar como uma nação livre e soberana.
Lula abordou o conflito em Gaza, ressaltando que, embora os ataques terroristas do Hamas sejam condenáveis, nada pode justificar o genocídio em curso contra o povo palestino. Ele expressou repúdio contra a violência e destacou a importância da paz e do diálogo.
O presidente também ressaltou os desafios globais, como a fome, a desigualdade social, a crise climática e a polarização crescente na América Latina e no Caribe. Destacou o compromisso do Brasil em reduzir o desmatamento na Amazônia e a importância de ações multilaterais para enfrentar as mudanças climáticas.
Lula chamou atenção para o fortalecimento do autoritarismo no mundo, a necessidade de proteger a liberdade de expressão na internet, e de regulamentar as plataformas digitais para combater a intolerância, a misoginia e a desinformação sem restringir a liberdade.
Ele defendeu ainda maior cooperação internacional para a paz, incluindo na resolução dos conflitos na Venezuela, Haiti e Ucrânia, e reafirmou o compromisso brasileiro com o multilateralismo e a justiça social.
Por fim, fez um apelo por lideranças conscientes e com visão clara, que busquem um mundo multipolar, pacífico e solidário, onde a ONU retome seu papel central como promotora da igualdade, da paz e do desenvolvimento sustentável.
