Um estudo divulgado no International Journal of Geriatric Psychiatry revelou que o diagnóstico da demência costuma levar, em média, três anos e meio após os primeiros sintomas aparecerem. Esse atraso dificulta o início rápido de tratamentos que ajudam a manter a autonomia e o bem-estar dos pacientes.
Realizado por pesquisadores da Universidade de Londres (UCL), o estudo revisou 13 pesquisas feitas na Europa, Estados Unidos, Austrália e China, somando mais de 30 mil participantes. Para casos com início precoce da demência, ou seja, antes dos 65 anos, o tempo para obter o diagnóstico pode ultrapassar quatro anos.
O que é demência?
A demência é caracterizada por sintomas como esquecimentos frequentes, repetição de perguntas, perda de compromissos e dificuldade em lembrar nomes.
O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece diagnóstico e tratamento multidisciplinar para pessoas com demência, inclusive Alzheimer, em centros especializados e unidades básicas de saúde.
Detectar a demência cedo permite iniciar terapias que retardam o avanço dos sintomas, aliviam a carga sobre familiares e melhoram a qualidade de vida dos pacientes.
Dados do Ministério da Saúde indicam que até 45% dos casos podem ser prevenidos ou atrasados.
Sintomas iniciais confundidos e atraso no diagnóstico
Os autores explicam que os primeiros sinais da demência frequentemente são confundidos com o envelhecimento natural, o que atrasa a procura por atendimento especializado.
Além disso, fatores como o preconceito social, a falta de conhecimento sobre os sintomas e sistemas de saúde com atendimento fragmentado contribuem para o atraso.
A pesquisa destacou que grupos específicos, como pessoas com tipos raros de demência, como frontotemporal, e minorias étnicas, como pessoas negras, enfrentam maiores dificuldades para obter diagnóstico, apontando barreiras sociais e estruturais.
Os autores recomendam campanhas públicas para aumentar o conhecimento sobre os sinais iniciais, treinamento específico para profissionais de saúde e melhoria na organização dos serviços de atendimento especializado.
O objetivo é reduzir o tempo entre o aparecimento dos sintomas e o diagnóstico, garantindo que pacientes e familiares recebam cuidados e suporte adequados desde cedo para lidar com a evolução da doença.