Em 23 de março do ano passado, o presidente russo, Vladimir Putin, anunciou que os pagamentos de gás natural russo exportado para os países da União Europeia (e outros Estados que introduziram sanções contra a Rússia) deveriam ser feitos em rublos. Em seguida, disse que, se os países hostis não pagassem em rublo a partir de 1° de abril, a Rússia consideraria isso como uma falha no cumprimento das obrigações nos contratos de gás.
Neste contexto a situação na Bulgária piorou no fim de abril, quando a Gazprom interrompeu as entregas ao país devido ao não pagamento em rublos, segundo o novo esquema.
“Não vemos uma lógica econômica clara em tais ações: os custos aumentam, há riscos de escassez dos volumes necessários. Os consumidores búlgaros, por sua vez, estão convencidos de que o aumento real dos preços do gás é compensado pelo mítico fortalecimento da segurança energética da Bulgária”, disse o diplomata, comentando que Sofia parou de receber gás russo por causa da recusa em pagar as entregas em rublos.
Pilipson observou que o procedimento de pagamento proposto pela Rússia em abril é transparente, simples e confiável, e muitas empresas europeias o usam com sucesso.
“Lamentamos que a liderança búlgara tenha seguido um caminho diferente”, acrescentou.
“Ao mesmo tempo, não faz sentido falar sobre a expulsão da Rússia dos mercados europeus, a demanda por recursos energéticos russos na Europa continua sendo alta. Se o governo búlgaro quisesse sinalizar a alguém o mais rápido possível que o gás russo não estava mais entrando no país, mas entrava o gás turco, então eles teriam que pagar um extra para mudar o rótulo, naturalmente às custas de seus contribuintes”, enfatizou Pilipson.