O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu intimar o delegado Fabio Shor, da Polícia Federal (PF), para prestar depoimento como testemunha em uma investigação sobre uma possível tentativa de golpe. O depoimento estava marcado para esta quarta-feira (16/7), a pedido da defesa de Filipe Martins. No entanto, o delegado não compareceu à audiência realizada por videoconferência.
Diante da ausência de Fabio Shor, o ministro questionou a defesa sobre a necessidade de ouvir um delegado que participou apenas das investigações e não dos fatos diretamente. O advogado Jeffrey Chiquini defendeu a permanência do delegado como testemunha, destacando sua importância para os esclarecimentos e garantindo que as perguntas seriam focadas nas investigações.
O pedido foi aceito por Moraes, que anunciou a intimação do delegado e uma nova tentativa de contato ainda nesta quarta-feira. Fabio Shor é o responsável pelas apurações no âmbito policial do caso, além de ter sido quem indicou formalmente o indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), réu do núcleo 1 da ação.
Filipe Martins responde pelos fatos do núcleo 2, que envolve acusações de utilização de órgãos públicos, como a Polícia Rodoviária Federal (PRF), para dificultar o acesso dos eleitores aos locais de votação durante o segundo turno das Eleições de 2022, principalmente na região Nordeste, maior base eleitoral do então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT), adversário de Bolsonaro.
A defesa anunciou que pretende questionar trechos dos depoimentos da Polícia Federal conduzidos por Shor. Segundo o advogado Eduardo Kuntz, representante de Marcelo Câmara, o delegado foi avisado por WhatsApp e pessoalmente sobre o depoimento, mas está em período de férias.
Moraes destacou que o delegado deverá comparecer aos depoimentos até o dia 21 de julho, data final das oitivas para as testemunhas do núcleo 2. Fabio Shor foi indicado como testemunha pelas defesas de Marcelo Câmara e de Filipe Martins.
Para a audiência desta quarta-feira, estavam previstos 29 depoimentos de testemunhas indicadas pelos réus dos núcleos 2 e 4, mas algumas foram dispensadas ou indeferidas pelo tribunal. Entre elas, nomes como Marco Antônio Freire Gomes, Eduardo Pazuello e Marco Edson Gonçalves Dias permanecem, enquanto outras foram descartadas por falta de pertinência ou pedido de remarcação por suas defesas.