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quarta-feira, 27/08/2025

Delegada de MG afastada após marido ser suspeito de matar gari

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Ana Paula Lamego Balbino Nogueira, delegada da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), está afastada das suas funções por 60 dias. Ela é casada com o empresário René Nogueira Júnior, que é o principal suspeito de matar o gari Laudemir de Souza Fernandes em 11 de agosto.

A licença médica para a delegada começou em 13 de agosto e só foi divulgada no Diário Oficial do estado no sábado, 23 de agosto. O afastamento foi determinado pelo Hospital da Polícia Civil dois dias após o crime, embora o documento não especifique o motivo de saúde. Esse prazo pode ser estendido dependendo da avaliação médica.

Embora René afirme que sua esposa não tem culpa no homicídio, o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) solicitou a responsabilização solidária de Ana Paula, já que a arma usada no crime — uma pistola calibre .380 — pertence a ela.

Detalhes do Caso

René foi preso duas semanas após atirar e matar o gari em Belo Horizonte (MG). Inicialmente informou que a discussão ocorreu após um conflito no trânsito, mas testemunhas dizem que não houve esse atrito e que eles apenas tentaram ajudar o acusado a passar com o veículo.

O empresário teria ameaçado a motorista do caminhão de lixo dizendo que atiraria se não desse passagem, e depois disparou contra os garis, atingindo Laudemir. Após o crime, ele foi para uma academia onde foi detido.

Investigação

A Corregedoria da Polícia Civil abriu inquérito para apurar a conduta da delegada no caso. Uma perícia confirmou que a pistola usada pertence a Ana Paula. No momento da abertura do procedimento, ela não foi afastada por falta de indícios de envolvimento direto no crime.

Em depoimento, René afirmou que disparou por causa de uma discussão de trânsito, mas colegas da vítima negam briga alguma.

O Ministério Público defende que a delegada responda de forma solidária já que a arma era dela, e o carro dirigido pelo acusado estava registrado em nome de Ana Paula. Também foi ressaltado que o estilo de vida do casal e suas profissões indicam que têm condições financeiras para arcar com uma possível indenização.

Confissão

Em 18 de agosto, René confessou ter matado Laudemir Fernandes. Disse que no dia do crime não tomou seu remédio para bipolaridade, andava armado por receio, e não prestou socorro porque acreditava que não havia ferido ninguém.

Segundo ele, pensava que enfrentaria apenas acusação por porte ilegal de arma, pois a pistola era da delegada e teria sido levada sem o seu conhecimento.

No trajeto para o trabalho, se perdeu em um beco sem saída e foi orientado a retornar, momento em que tirou a arma da mochila e a segurou debaixo da perna.

“Acreditava que não tinha atingido ninguém”, relatou René. Ele tentou recuperar uma munição que caiu na rua, não conseguiu, e seguiu para o trabalho. Afirmou que, se soubesse do ferimento, teria parado para ajudar.

O empresário explicou que estava ansioso por causa do novo emprego e, por isso, esqueceu de tomar a medicação que estabiliza o humor e auxilia no equilíbrio emocional.

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