As estatais federais do Brasil encerram o ano de 2025 com um prejuízo acumulado de R$ 6,3 bilhões entre janeiro e novembro, o maior valor negativo registrado para esse período desde que o Banco Central iniciou a coleta de dados. Essas informações foram divulgadas no Boletim de Estatísticas Fiscais na terça-feira (30/12).
Esse valor representa a diferença entre o que as empresas públicas arrecadaram em receitas e o que gastaram em suas operações.
A necessidade de aporte financeiro, que indica quanto o governo precisa investir para equilibrar as contas dessas estatais, destaca desafios estruturais, especialmente em empresas que enfrentam problemas há vários anos.
Um dos principais motivos para o aumento do déficit é a situação dos Correios, que têm um prejuízo estrutural estimado em mais de R$ 4 bilhões por ano. Isso se deve ao compromisso de universalizar o serviço postal e a implementação de medidas que não trouxeram resultados positivos, como a criação de novos serviços de entrega.
Para melhorar a situação, a estatal apresentou um plano de recuperação que inclui o fechamento de cerca de mil agências, a demissão de até 15 mil funcionários e a venda de alguns ativos. Além disso, conseguiu um empréstimo de R$ 12 bilhões de cinco grandes bancos para reforçar seu caixa e garantir a continuidade das operações.
O resultado de 2025 é pior que o do ano anterior, mostrando uma tendência negativa, já que em 2024 o déficit no mesmo período havia sido próximo de R$ 6 bilhões.
Essa situação impacta diretamente o orçamento público, pois quando essas empresas operam com prejuízo, o Tesouro Nacional precisa cobrir essa diferença. Isso pode restringir os investimentos em outras áreas e influenciar as metas fiscais do governo.

