Brasília, 26 – Em entrevista à GloboNews, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, falou sobre o desafio de cumprir a meta fiscal para 2025, considerando algumas exceções. Ele destacou que os números do déficit vêm de governos anteriores e explicou que o cálculo do resultado fiscal não está ligado ao plano fiscal, mas sim ao Banco Central.
Haddad explicou que todo gasto público é registrado, independente de estar dentro ou fora da meta. Ele disse: “O Banco Central calcula o gasto público sem se preocupar se está dentro da meta ou não”. Atualizando os valores pela inflação, o déficit acumulado entre a gestão do ex-ministro Henrique Meirelles e Paulo Guedes pode chegar a R$ 200 bilhões.
Ele também elogiou Meirelles, dizendo que ele é seu amigo e que trabalharam juntos no ministério por muitos anos.
Segundo Haddad, o orçamento que ele recebeu de Guedes, incluindo programas como o Bolsa Família e pagamentos de precatórios, ao ser corrigido pela inflação, também resultou em um déficit na mesma faixa de R$ 200 bilhões. Isso mostra que o déficit que Haddad assumiu é equivalente ao que Guedes recebeu de Meirelles. Ele afirmou que está trabalhando para melhorar essa situação com o apoio do Congresso, dentro dos seus limites, e espera entregar uma condição fiscal melhor do que a que recebeu: “Isto é matemática.”
Sem mencionar nomes, o ministro comentou que algumas pessoas, como analistas e economistas que escrevem para jornais, têm dificuldade em aceitar os dados oficiais sobre o déficit público. Haddad ressaltou que ele usa apenas dados oficiais baseados em lei, e não opiniões de economistas de outra orientação política. Ele concluiu dizendo que, se alguém não concorda, pode continuar escrevendo sobre o tema, enquanto ele continua focado no trabalho.
Estadão Conteúdo
