O Brasil teve um déficit nas transações correntes que superou o valor dos investimentos diretos no país pelo oitavo mês consecutivo em setembro, considerando os dados acumulados em 12 meses para ambos os indicadores. Essa é a maior diferença registrada entre os dois desde um período de 35 meses, entre janeiro de 2013 e novembro de 2015.
O Banco Central divulgou os dados do setor externo nesta sexta-feira, 24.
O déficit acumulado em 12 meses nas transações correntes chegou a US$ 78,947 bilhões, correspondendo a 3,61% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil.
O volume de investimentos diretos no país somou US$ 75,843 bilhões, ou 3,47% do PIB.
Embora o déficit continue maior, a diferença entre os dois valores, de US$ 3,104 bilhões, ou 0,14 ponto percentual do PIB, é a menor desde abril.
O mercado financeiro costuma analisar a relação entre os investimentos diretos e o déficit em transações correntes para avaliar a saúde das contas externas, mas o Banco Central ressalta que existem outras fontes de financiamento para a conta corrente.
O chefe do departamento de estatísticas do Banco Central, Fernando Rocha, comentou em entrevista coletiva sobre os dados do setor externo de agosto que as condições externas do país continuam fortes e mantêm o acesso aberto aos mercados internacionais.
Fernando Rocha afirmou: “As condições do setor externo do País, que permanecem sólidas, seguem com o acesso bastante aberto aos mercados internacionais”.