O Governo Central, que inclui o Tesouro Nacional, a Previdência Social e o Banco Central, registrou um déficit primário de R$ 14,497 bilhões em setembro, conforme divulgado pelo Tesouro Nacional na quinta-feira, 30. Este valor representa uma leve melhora em relação a agosto, quando o rombo foi de R$ 15,564 bilhões.
O déficit ficou abaixo da mediana das previsões da pesquisa Projeções Broadcast, que indicava um déficit de R$ 15 bilhões, embora todas as projeções do mercado financeiro fossem negativas, variando de R$ 16 bilhões a R$ 3 bilhões.
Este resultado é o maior déficit para o mês de setembro desde 2020, quando, em meio à pandemia da covid-19, as contas públicas tiveram um rombo de R$ 103,927 bilhões. Em setembro de 2024, o déficit real, sem correção pela inflação, foi de R$ 5,438 bilhões.
As despesas do Governo Central aumentaram 5,7% em termos reais em comparação com setembro do ano passado, enquanto a receita total cresceu 2,7% no mesmo período.
Acumulado do ano
De janeiro a setembro de 2025, o déficit primário do Governo Central foi de R$ 100,385 bilhões, o melhor resultado para esse período desde 2022, quando houve superávit de R$ 37,668 bilhões, ambos os valores corrigidos pelo IPCA. No mesmo período de 2024, o déficit era de R$ 103,573 bilhões, sem correção pelo IPCA.
Durante os primeiros nove meses do ano, as despesas tiveram alta real de 2,8% e as receitas totais cresceram 3,8%.
No acumulado dos últimos 12 meses até setembro, o déficit primário do Governo Central somou R$ 35,6 bilhões, equivalente a 0,32% do Produto Interno Bruto (PIB). As despesas obrigatórias representam 17,25% do PIB, enquanto as despesas discricionárias correspondem a 1,49%.
A meta fiscal para 2025 é de déficit zero, permitindo uma tolerância de 0,25% do PIB para mais ou para menos.
Segundo o último Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas Primárias, o governo previa um déficit de R$ 30,2 bilhões para o ano. O limite inferior da meta é um déficit de R$ 31 bilhões, e o limite total de despesas para 2025 é fixado em R$ 2,249 trilhões.
Detalhes das contas
O Tesouro Nacional, incluindo o Banco Central, registrou superávit primário de R$ 6,412 bilhões em setembro. No acumulado do ano até setembro, o superávit dessas contas chegou a R$ 185,884 bilhões.
Por outro lado, o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) apresentou déficit de R$ 20,910 bilhões em setembro e acumulou um déficit de R$ 286,268 bilhões no ano até setembro.
As contas isoladas do Banco Central tiveram déficit de R$ 88 milhões em setembro e um déficit acumulado de R$ 523 milhões nos nove meses do ano.
Estadão Conteúdo
