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sexta-feira, 05/12/2025

Defesa de preso pede proteção em processo de atropelamento e arrastamento de mulher

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O advogado Marcos Leal, representante de Douglas Alves da Silva, que está preso por tentativa de feminicídio após atropelar e arrastar Tainara Souza Santos por cerca de um quilômetro em São Paulo, solicitou sigilo no processo devido a ameaças sofridas pelo suspeito, sua família e por ele próprio, conforme informado ao Estadão.

O pedido de sigilo está em análise pela Justiça. De acordo com Leal, Douglas tem sofrido ameaças de outros presos e pessoas que o contatam pelas redes sociais. O advogado também tem sido alvo de críticas e xingamentos, inclusive recebendo mensagens ofensivas exigindo que ele não defenda Douglas. Em uma delas, há a frase: “Queria ver se fosse a sua filha, seu merda”.

Leal disse: “A sociedade está doente. Sou pai de dois filhos e já contratei seguranças”. Ele também solicitou apoio da Polícia Militar do Ceará para proteger os pais de Douglas, que têm cerca de 80 anos e têm sofrido pressão popular. A mãe chegou a ser hospitalizada devido ao estresse causado pela situação.

No dia 29 de novembro, Tainara foi atropelada na saída de um bar na Vila Maria, zona norte de São Paulo. Ela ficou presa sob o veículo e foi arrastada por quase um quilômetro, soltando-se próximo a um posto de gasolina.

Tainara foi levada ao Hospital Municipal Vereador José Storopolli em estado grave. Aos 31 anos, mãe de duas filhas, precisou amputar as duas pernas e permanece na UTI, respirando com ajuda de aparelhos. Segundo a família, seu estado é estável.

A defesa de Douglas afirma que ele não conhecia Tainara e que teria tentado atingir um homem com quem se desentendeu no bar, que teria ameaçado sua vida. Por outro lado, advogados da família e parentes da vítima dizem que Douglas teve um breve relacionamento com Tainara no passado e agiu por ciúmes ao vê-la acompanhada de outro homem.

Um amigo de Douglas que estava no veículo afirmou em depoimento que, após atropelar a vítima, Douglas acelerou o carro com o freio de mão acionado para causar mais ferimentos à Tainara.

Douglas Santos foi preso um dia após o crime em um hotel na zona leste de São Paulo. Ele reagiu à abordagem policial, foi baleado no braço e detido. A polícia afirma que ele planejava fugir para o Ceará, onde moram seus pais. Marcos Leal relatou em audiência que Douglas teria sido torturado por agentes, com feridas abertas e sem atendimento médico adequado.

A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo declarou que a abordagem respeitou todos os protocolos legais. A prisão de Douglas foi mantida pela Justiça, e ele está detido no 26º DP, Sacomã, zona sul da capital.

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