A equipe jurídica do ex-presidente Jair Bolsonaro solicitou permissão para estar presente durante a audiência presencial de confronto de depoimentos entre Mauro Cid, ex-ajudante de ordens, e o general Braga Netto, marcada para terça-feira (24), às 10h, no Supremo Tribunal Federal (STF), no processo relacionado à trama golpista.
Na petição enviada ao ministro Alexandre de Moraes, o advogado Celso Vilardi informou que tentou contato com o cerimonial do tribunal e foi comunicado de que só os advogados dos réus envolvidos no confronto terão acesso presencial, sem transmissão ao vivo.
Diante disso, Vilardi pediu autorização para acompanhar a audiência pessoalmente em Brasília.
“Por ser um ato de instrução probatória dentro de uma ação penal, solicitamos que o advogado da presente ação, que se deslocará para Brasília, tenha acesso para acompanhar a audiência designada”, pediu a defesa de Bolsonaro.
A acareação foi requerida pela defesa do general Braga Netto, sob a necessidade de esclarecer alegações sobre sua suposta participação no plano conhecido como Punhal Verde e Amarelo, que previa ações golpistas contra autoridades, e de ter entregado dinheiro ao Mauro Cid em uma sacola de vinho.
Ambos os réus são investigados na ação penal da trama golpista. Cid fez acordo de delação premiada com a Polícia Federal (PF) e atua como delator.
No início do mês, Braga Netto foi interrogado por Alexandre de Moraes e negou ter conhecimento do plano Punhal Verde e Amarelo, assim como ter passado dinheiro ao Mauro Cid em uma sacola de vinho para repassar a militares do chamado esquadrão de elite do Exército, os “kids-pretos”.
O general está preso desde dezembro do ano passado, acusado de obstrução às investigações sobre a tentativa de golpe de Estado e tentativa de obter detalhes dos depoimentos de delação de Cid.
Outra acareação foi autorizada pelo ministro entre Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, e o ex-comandante do Exército, general Freire Gomes. Essa audiência ocorrerá às 11h, logo após o confronto entre Cid e Braga Netto. Torres também é réu no inquérito principal da trama golpista.
Conforme a defesa, este confronto é essencial para esclarecer contradições nos depoimentos do general dadas à Polícia Federal durante as investigações.
Gomes foi ouvido como testemunha e esteve presente na reunião onde Bolsonaro teria apresentado estudos para envolver as Forças Armadas na tentativa de golpe em 2022.
Com informações da Agência Brasil